O Jogo

Eleições decididas no “photo-finish”

Empate técnico entre AD e PS foi a expressão mais ouvida no rescaldo da noite eleitoral, mas aliança de centro-direita teve ligeira vantagem Portuguese­s acataram apelos ao voto, com a abstenção a ficar abaixo dos 34%, bem inferior aos anteriores sufrágios

- JOÃO ARAÚJO

Quem ganhou as eleições ●●● legislativ­as, quem governará Portugal? Eram estas as grandes questões que dominavam o final da noite de ontem, dia de eleições legislativ­as que à hora de fecho desta edição suscitava mais dúvidas do que certezas. Contrarian­do sondagens, a disputa entre AD e PS foi um longo e disputado sprint, conseguind­o a aliança de centro-direita ligeira vantagem com a Madeira, onde concorreu como PSD/CDS.

Na reação às primeiras projeções após o fecho das urnas no continente e ilhas, cantou-se vitória entre as hostes da Aliança Democrátic­a e depressa os socialista­s se assumiram como oposição, mas à medida que se foram conhecendo mais resultados e diminuindo o número de freguesias por apurar, também se adensaram as interrogaç­ões.

O que ficou claro foi a resposta afirmativa dos portuguese­s ao chamamento dos diversos partidos para que exercessem o voto - a abstenção abaixo dos 34% fica a milhas dos 48,6% de 2022 e dos 51,4% de 2019. Igualmente evidente foi a viragem do País à direita. Depois da maioria absoluta dos socialista­s em 2022, ontem, o somatório de mandatos de AD, Iniciativa Liberal e Chega no Parlamento superavam os da esquerda. O partido de André Ventura foi, de resto, um dos grandes vencedores da noite, confirmand­o o cresciment­o que se lhe projetava, praticamen­te quadruplic­ando o número de deputados de há dois anos e tornando-se a terceira força política nacional. E pintando o mapa eleitoral com uma terceira cor, ao ser o mais votado no Algarve. Perante o cresciment­o do partido de extrema-direita, que voltou a entoar “cantos de sereia” em direção à AD, e a estreita margem de votos entre esta aliança e o PS, resta saber se Luís Montenegro manterá o “não é não” quanto a uma coligação com Ventura.

Ainda à espera do que possa ditar o círculo da emigração (quatro deputados), cabe agora ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a decisão quanto à indigitaçã­o do próximo chefe de Governo.

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