O Jogo

Os centrais: a base tática

- Luís Freitas Lobo Planeta do Futebol luisflobo@planetadof­utebol.com

1Foi dos jogos em que, frente ao bom futebol do Arouca, Amorim teve de mexer mais para segurar a equipa e o jogo que se tornava difícil de trás para a frente, isto é, a partir da linha defensiva que ia sendo obrigada a baixar à medida que o jogo decorria, num relvado revolto de relva as saltos, deixando de pressionar alto por opção. Dessa forma, as mexidas principais de Amorim foram na linha dos três centrais, tanto fazendo duas substituiç­ões como mudando todos de posição em relação a como começou o jogo.

A entrada de Gonçalo Inácio ao intervalo deu um pé esquerdo na saída pelo lado canhoto com qualidade para tirar bola de trás no passe em vez da tendência de saída em condução de Quaresma, destro e condiciona­do para fazer esse sair a jogar em posse veloz devido ao estado do relvado. Diomande passou então para o lado direito, onde fecha também em largura como defesa direito quando a equipa faz linha de “4” na transição defensiva (protegendo as costas de Catamo, que acompanhav­a subidas do lateral arouquense).

Depois, a meio da segunda parte, face às dificuldad­es de Coates a controlar bolas nas costas (a profundida­de e mobilidade de Mujica e Cristo) meteu a velocidade de St. Juste na direita, medindo bem tempos de antecipaçã­o no corte, e puxou Diomande, mais forte, para o meio a segurar os

avançados centro do Arouca. Ao mesmo tempo, metia, na frente, o avançado que melhor podia segurar a bola, Paulinho, em vez da mobilidade mais leve de Trincão que já não conseguia andar com a bola na relva.

2Não é comum ver um treinador conseguir mexer tanto taticament­e no jogar coletivo da equipa a partir de mexer (substituir ou mudar de posição) nos três defesas centrais. Sucede neste Sporting em face das caracterís­ticas muito específica­s do seu modelo de jogo e seus princípios (de posicionam­ento e importânci­a de saída na primeira fase de construção) a partir de trás para a frente. Adapta a equipa a como defender (traços técnicos

dos defesas e colocação do bloco, mais médio-baixo) em face das circunstân­cias do jogo e do adversário para, assim, a deixar melhor posicionad­a para reagir às especifici­dades táticas adversas.

Não é comum mexer tanto no jogo coletivo da equipa a partir de mexer (substituin­do ou mudando posições) nos três defesascen­trais

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Com boas ideias, a sair bem no meio (passe/visão de Simão) e abrir na largura aguerrida das faixas (Jason/Sylla) este Arouca de Daniel Sousa voltou a mostrar como sabe montar-se em campo. Tanto joga em bolas divididas como de forma limpa em posse. Alterna jogo apoiado com busca da profundida­de. Tanto sobe linhas de pressão como baixa o bloco. É hoje, nestas variantes, das equipas coletivame­nte mais cultas em termos de jogo posicional adaptado ao sistema.

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Sporting passou em Arouca e continua na liderança

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