O Jogo

Marna: a felicidade depois das operações

Avançado partiu a perna em 2020/21, mas na temporada seguinte precisou de submeter-se a uma nova cirurgia. Agora luta pela subida à Liga 3

- JOÃO MAIA

Guineense fechou o importante triunfo, por 3-1, frente ao Tirsense, que permitiu a subida ao segundo lugar da Série A. Veio para Portugal com 17 anos, depois de ter começado a jogar quase por acaso.

Nove golos apontados ao longo de 23 jogos fazem de João Marna o melhor marcador do Pevidém. O último foi apontado na vitória de sábado, por 3-1, frente ao Tirsense, que permitiu ao emblema de Guimarães saltar para o segundo lugar da Série A do Campeonato de Portugal. Para trás parecem ter ficado as últimas épocas menos conseguida­s e marcadas por lesões.

Em 2018/19, o ponta-delança destacou-se no Maria da Fonte, com 17 golos em 35 partidas. Deu o salto para os sub-23 do Braga, onde amealhou quatro remates certeiros em 16 partidas, porém o pior veio a seguir. “Parti a perna no Vilaverden­se [2020/21]. Fui operado, fiquei com parafusos no pé direito e em 2021/22, quando fui para o Felgueiras, jogava com medo, com dores no pé. Quando acabou o campeonato, fiz outra operação para tirar os parafusos. Como sou canhoto, o pé direito é o de apoio e tinha receio que alguém me tocasse naquele sítio. Mesmo a rematar, sentia dor”, contou. Agora, revelou sentir-se de novo na melhor forma. “Estou a regressar ao meu melhor nível com a ajuda de um clube que me faz sentir em casa”, elogiou.

Filho de mãe guineense e com a infância passada em Dacar, a capital do Senegal, João Marna, 27 anos, começou recentemen­te a trabalhar no ramo da distribuiç­ão, de maneira a ter um plano B, estando também a tirar a carta de condução. “Nunca sabemos como será o futebol”, justificou. Aliás, o futebol surgiu na vida do jogador de uma forma quase acidental. “Um dia, a minha mãe foi visitar a família à Guiné-Bissau. Também quis ir e nem sabia que na minha terra havia um clube de futebol. Fui treinar com o Pelundo, gostaram de mim, pediram à minha mãe para ficar e ajudar o clube e acabei por fazer o campeonato. Mais tarde, surgiu um empresário que me trouxe para os sub-19 do Nacional. Foi tudo muito rápido. Nem sabia falar português, só comecei a aprender quando me mudei”, recordou. Depois do Nacional, Marna jogou no Sintrense antes de chegar à Póvoa de Lanhoso, para representa­r o Maria da Fonte.

Em relação ao Pevidém, João Marna reconheceu que ter ganho três pontos ao Tirsense, adversário direto na luta pelo acesso à etapa de promoção, foi “muito importante”, mas lembrou, por outro lado, que ainda faltam “três finais”. “Agora vamos ao Vilar de Perdizes, que luta para não descer de divisão, e também será um jogo bastante importante”, apontou.

“Fui operado, fiquei com parafusos no pé direito e jogava com medo”

João Marna Ponta-de-lança do Pevidém

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João Marna, à esquerda, está a ser determinan­te na boa campanha do Pevidém na Série A do CdP

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