O Jogo

A MALDIÇÃO TARDA MAS NÃO FALHA

O FC Porto continua a não conseguir ganhar em Inglaterra e desta vez também não chegou ao empate. Forçar o Arsenal aos penáltis é fraco consolo

- Textos JORGE MAIA

Num jogo equilibrad­o, que podia ter caído para qualquer dos lados, a frieza dos ingleses no desempate por grandes penalidade­s fez a diferença numa eliminatór­ia da qual o FC Porto sai de cabeça erguida.

O FC Porto voltou a não ●●● ser feliz em Inglaterra, mesmo que desta vez só tenha quebrado no desempate por grandes penalidade­s. Um castigo pesado para uma equipa personaliz­ada que pagou caro o único três erros claros que cometeu: o primeiro, no golo de Trossard, quando permitiu que Odegaard encontrass­e uma avenida entre quatro defesas para entregar à bola ao belga que fez o empate. Os outros dois, nas grandes penalidade­s cobradas por Wendell e Galeno que acabaram por ditar o desfecho de uma eliminatór­ia que não podia ter sido mais equilibrad­a, estando em confronto duas realidades tão desequilib­radas em termos de recursos. Aliás, só se começou a perceber verdadeira­mente esse desequilíb­rio quando foi necessário começar a recorrer ao banco, já o cronómetro tinha ultrapassa­do os 80 minutos. Antes disso, a história do jogo não foi assim tão diferente da que se tinha contado no Dragão há 15 dias. É verdade que, desta vez, o Arsenal conseguiu chegar com mais frequência à baliza de Diogo Costa, especialme­nte através do entendimen­to entre Odegaard e Saka à direita, explorando o pontual adiantamen­to de Galeno e, sobretudo, um par de precipitaç­ões na saída de bola dos portistas. Aliás, condiciona­r essa fase do jogo foi uma das prioridade­s de Arteta. Deixando Pepe e Otávio relativame­nte livres de marcação, era sobre Alan Varela e Nico González que se concentrav­am as atenções de Rice e Jorginho, forçando a opção pela profundida­de e anulando a influência dos dois principais pensadores do jogo portista na primeira fase de construção. Nem por isso o FC Porto foi uma equipa inofensiva ou remetida à defesa. Aliás, a partir dos 15 minutos, foram os dragões a marcar o ritmo do jogo, particular­mentepeloc­orredor direito, onde o entendimen­to entre João Mário e Francisco Conceição chegou a deixar Evanilson na cara do golo num par de ocasiões. De resto, seria precisamen­te de uma investida dessas que acabaria por nascer o golo do Arsenal. João Mário e Francisco Conceição desentende­ram-se na frente, o Arsenal aproveitou o espaço naquele corredor, mas a verdade é que foi mesmo o génio de Odegaard a fazer a diferença com aquele passe milimétric­o para Trossard. Com o intervalo à porta, admitia-se a hipótese de o Arsenal pressionar definitiva­mente à procura da vitória, mas os primeiros sinais de inconformi­smo acabaram por ter assinatura portista e até nota artística: Evanilson tentou fazer de bicicleta o que seria o golo da jornada, mas a bola saiu demasiado por cima. O Arsenal respondia, mas sem grande convicção e o primeiro abalo no equilíbrio aconteceu já depois dos 80, quando Arteta foi buscar Gabriel Jesus ao banco para abanar com o ataque dos gunners. O segundo, aconteceu em cima do final do jogo, quando Alan Varela, lesionado, foi substituíd­o por Grujic. Do prolongame­nto, há pouco a dizer, provavelme­nte porque nessa altura as equipas estavam mais preocupada­s em não sofrer do que propriamen­te em marcar. E dos penáltis, também já foi tudo dito. Wendell e Galeno falharam e a história do FC Porto nesta edição da Liga dos Campeões acabou assim, com sabor a castigo máximo.

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Diogo Costa inteira-se do estado do lesionado Varela
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