Sérgio Conceição “Senti que podíamos ir longe na prova”
“Orgulhoso” do trabalho feito pelos jogadores, o técnico do FC Porto apontou o dedo a Arteta e não escondeu a frustração decorrente de eliminação “inglória”
Técnico dos azuis e brancos acusou homólogo espanhol de “insultar a família” e deixou-lhe conselho para o futuro. “Se havia equipa que merecia passar aos quartos de final era a nossa”, salientou.
O jogo 50 de Sérgio Conceição na Liga dos Campeões deixou travo amargo ao treinador, que lamentou alguma “falta de discernimento” no desempate por penáltis.
O que o FC Porto fez nesta eliminatória deixa-o orgulhoso?
“Arsenal foi contrariado com grande rigor da nossa parte. Dificilmente uma equipa lhes cria estas dificuldades”
“A este nível, é preciso matar o jogo no momento certo e não dar possibilidade ao adversário de, num pormenor, fazer golo”
“Disse [a Arteta] no final que quem ele insultou já não está entre nós e que se preocupasse mais em treinar a sua equipa, porque tem qualidade para fazer melhor”
Sérgio Conceição Treinador do FC Porto
—Sim. Foi inglório perder o acesso aos quartos de final desta forma. Nos dois jogos e em tudo fomos superiores. Merecíamos acabar empatados hoje [ontem] nos 90 minutos. Fomos a prolongamento, com uma ou outra situação da nossa parte. Sim, houve cantos, bolas paradas, mas o Arsenal, uma equipa que marcou 13 golos nos últimos três jogos e lidera a Premier League, foi contrariada com grande rigor da nossa parte. Dificilmente uma equipa lhes cria estas dificuldades. Em alguns momentos no último terço, se tivéssemos definido melhor, teríamos terminado o jogo em 90 minutos e passado a eliminatória. É uma pena por toda a organização e rigor que tivemos. Tínhamos muita ambição de chegar aos “quartos” e, se havia equipa que merecia, era a nossa.
O que faltou?
—Talvez algo mais no último terço. Estrategicamente, fomos mais diretos nos primeiros 20 ou 25 minutos, porque eles iam entrar muito fortes na pressão. A este nível, um pormenor ou erro individual ou defensivo dá um golo ao adversário.
Tivemos situações em que podíamos ter definido de outra forma, mas os jogadores estão de parabéns. Fizeram um trabalho fantástico e deram demonstração de ser uma grande equipa. Nos dois jogos, e mesmo no prolongamento, éramos a equipa que merecia passar.
Também esteve perto de eliminar o Inter em 2023...
—Já não é de agora... Há uns anos também defrontámos o Chel se aeforamcam peões europeus. No anop assado, oIn ter foifin alista e bateu-se com o Manchester City. Tivemos quatro ou cinco ocasiões para resolver no ano passado. Ofuteb olé isto. A este nível,épreci soma taro jogo no momento certo e não dar possibilidade ao adversário de, num pormenor,
fazer golo. Os penáltis não são lotaria, são competência e faltou-nos algum discernimento. O Galeno e o Wendell fizeram um jogo fabuloso e falharam. Como equipa, demos uma grande demonstração do que é o futebol português e o FC Porto, que dignificámos.
É possível transformar a frustração em algo mais?
—-É difícil ultrapassar. Senti que podíamos ir longe na competição com este grupo. É jovem, mas está em constante evolução e absorve muito bem o trabalho diário.
Em que consistiu a troca de palavras com Mikel Arteta no final do jogo?
—Durante o jogo – e já com o Guardiola foi igual – virou-se para o banco e, em espanhol,
insultou a minha família. No final disse-lhe “atenção”, porque quem ele insultou já não está entre nós e que se preocupasse mais em treinar a sua equipa, porque tem qualidade para fazer melhor.
Penáltis após 120’ tornam a recuperação para o Vizela mais difícil?
—O futebol é um recomeçar constante e nós temos homens aqui. Somos um balneário onde existe personalidade, caráter e que percebe que há duas provas por que lutar. O campeonato está difícil, mas não é impossível. Vamos atrás dos 27 pontos em disputa e, na meia-final da Taça de Portugal, contra o V. Guimarães, queremos fazer dois jogos competentes para estarmos na final mais uma vez.