“NÃO FOI UM PASSO AT RÁS”
Ricardo Dias reforçou os ribatejanos em janeiro, depois de meia época no Aves SAD, e não se arrepende da decisão
Contratado no mercado de inverno, o médio já fez seis jogos pela formação do Ribatejo, que, com dez pontos, ocupa o segundo lugar na fase de subida, posição que dá acesso à II Liga.
Ricardo Dias foi um dos reforços sonantes do Alverca em janeiro. Depois de vários anos nas ligas profissionais, tendo jogado a primeira metade da época no Aves SAD, o médio de 33 anos tomou a decisão de assinar por um clube da Liga 3. A O JOGO, não se mostra arrependido, estando focado em ajudar os ribatejanos na luta pela subida ao segundo escalão.
Estava a ser pouco utilizado no Aves SAD. Foi isso que o fez mudar para o Alverca?
—Foram vários fatores, não jogar regularmente foi um deles. Houve também a questão familiar, tenho a minha mulher e filha a viverem em Lisboa e senti muitas saudades delas. A questão de não jogar regularmente também pesou, claro, e o interesse do Alverca foi muito grande. Mostraram muita vontade em ter-me aqui.
Depois de vários anos a jogar nas ligas profissionais, não sente que deu um passo atrás?
—Ao início ponderei bastante essa situação. Numa primeira análise não era algo que pretendia. Depois de ter tomado a decisão e jogado seis jornadas, não me arrependo de ter assinado pelo Alverca e não considero que tenha sido um passo atrás. A Liga 3 é muito competitiva e esta fase de subida é aliciante para um jogador. Tem alguns clubes históricos na competição e há muita competitividade.
Considera que Liga 3 é tão competitiva como a II Liga?
—Estou num clube que tem um plantel de grande qualidade e que só conseguiu garantir o acesso à fase final na última jornada. Só demonstra que do outro lado também há equipas com bons jogadores, que criam muitas dificuldades. Na fase de subida, em termos de competitividade, assemelha-se muito à II Liga. Aliás, não lhe fica nada atrás.
Que balanço faz das primeiras semanas ao serviço do Alverca?
—Estou a gostar muito, fui bem recebido por parte de todos. Cheguei na última jornada da fase regular e encontrei um grupo motivado e que precisava de vencer esse jogo. Já tinha sido colega de alguns jogadores, como o João Lucas e o Vítor Bruno, a quem pedi informações antes de assinar. Foram passadas boas referências e temos boas condições, bons recursos. Não fica atrás de clubes profissionais nos quais joguei.
É orientado por um treinador mais novo, João Pereira [32 anos]. Alguma vez lhe tinha acontecido?
—É a primeira vez. Sinceramente nem penso nisso, nos dias de hoje não faz sentido. Temos de olhar para sua capacidade profissional, trabalho e para o ser humano. E isso também deve aplicar-se ao jogador. Felizmente vemos vários casos em que não se olha tanto para idade. Venho de um clube, o Aves SAD, em que o Nenê é o melhor marcador da II Liga e tem 40 anos.
E quais as primeiras impressões do trabalho de João Pereira?
—Conhecia por fora o trabalho que tinha feito no Amora, na temporada anterior. Tinha pedido informações aos jogadores com quem já tinha jogado, mas não tinha muito conhecimento. Tenho gostado de trabalhar com ele, um treinador ambicioso, que trabalha bem durante a semana e tem muito potencial. Está ainda no início, mas antevejo-lhe um bom futuro.
Nos últimos dois anos o Alverca chegou à fase de subida e morreu na praia. Sente que há esse fantasma no balneário?
—Penso que vai sendo ultrapassado. O treinador tem referido que a nossa pontuação já é maior comparativamente com as das últimas épocas. Neste momento, não está presente esse fantasma.
Acredita também que o atual modelo competitivo é mais justo do que nas últimas temporadas?
—Sim, agora premeia-se mais a regularidade. São 14
NATURAL DE AVEIRO, O MÉDIO COMEÇOU A JOGAR NO BEIRA-MAR. PARTICIPOU EM 84 JOGOS NA I LIGA E EM 205 NA II LIGA
jornadas, antes as equipas eram divididas por dois grupos de quatro e jogavam só seis jogos. Um deslize podia ser fatal. Nós até começámos esta fase com uma derrota, mas temos vindo a melhorar e agora estamos em segundo.
Na próxima jornada, o Alverca joga em Coimbra, com a Académica, clube que representou cinco épocas. Será especial?
—É um emblema que me diz muito, estive lá cinco anos. Foram temporadas muito boas e é um clube de que vou sempre gostar, com adeptos extraordinários e onde fui bem tratado. Isso não se esquece.