O Jogo

“NÃO FOI UM PASSO AT RÁS”

Ricardo Dias reforçou os ribatejano­s em janeiro, depois de meia época no Aves SAD, e não se arrepende da decisão

- MIGUEL GOUVEIA PEREIRA

Contratado no mercado de inverno, o médio já fez seis jogos pela formação do Ribatejo, que, com dez pontos, ocupa o segundo lugar na fase de subida, posição que dá acesso à II Liga.

Ricardo Dias foi um dos reforços sonantes do Alverca em janeiro. Depois de vários anos nas ligas profission­ais, tendo jogado a primeira metade da época no Aves SAD, o médio de 33 anos tomou a decisão de assinar por um clube da Liga 3. A O JOGO, não se mostra arrependid­o, estando focado em ajudar os ribatejano­s na luta pela subida ao segundo escalão.

Estava a ser pouco utilizado no Aves SAD. Foi isso que o fez mudar para o Alverca?

—Foram vários fatores, não jogar regularmen­te foi um deles. Houve também a questão familiar, tenho a minha mulher e filha a viverem em Lisboa e senti muitas saudades delas. A questão de não jogar regularmen­te também pesou, claro, e o interesse do Alverca foi muito grande. Mostraram muita vontade em ter-me aqui.

Depois de vários anos a jogar nas ligas profission­ais, não sente que deu um passo atrás?

—Ao início ponderei bastante essa situação. Numa primeira análise não era algo que pretendia. Depois de ter tomado a decisão e jogado seis jornadas, não me arrependo de ter assinado pelo Alverca e não considero que tenha sido um passo atrás. A Liga 3 é muito competitiv­a e esta fase de subida é aliciante para um jogador. Tem alguns clubes históricos na competição e há muita competitiv­idade.

Considera que Liga 3 é tão competitiv­a como a II Liga?

—Estou num clube que tem um plantel de grande qualidade e que só conseguiu garantir o acesso à fase final na última jornada. Só demonstra que do outro lado também há equipas com bons jogadores, que criam muitas dificuldad­es. Na fase de subida, em termos de competitiv­idade, assemelha-se muito à II Liga. Aliás, não lhe fica nada atrás.

Que balanço faz das primeiras semanas ao serviço do Alverca?

—Estou a gostar muito, fui bem recebido por parte de todos. Cheguei na última jornada da fase regular e encontrei um grupo motivado e que precisava de vencer esse jogo. Já tinha sido colega de alguns jogadores, como o João Lucas e o Vítor Bruno, a quem pedi informaçõe­s antes de assinar. Foram passadas boas referência­s e temos boas condições, bons recursos. Não fica atrás de clubes profission­ais nos quais joguei.

É orientado por um treinador mais novo, João Pereira [32 anos]. Alguma vez lhe tinha acontecido?

—É a primeira vez. Sinceramen­te nem penso nisso, nos dias de hoje não faz sentido. Temos de olhar para sua capacidade profission­al, trabalho e para o ser humano. E isso também deve aplicar-se ao jogador. Felizmente vemos vários casos em que não se olha tanto para idade. Venho de um clube, o Aves SAD, em que o Nenê é o melhor marcador da II Liga e tem 40 anos.

E quais as primeiras impressões do trabalho de João Pereira?

—Conhecia por fora o trabalho que tinha feito no Amora, na temporada anterior. Tinha pedido informaçõe­s aos jogadores com quem já tinha jogado, mas não tinha muito conhecimen­to. Tenho gostado de trabalhar com ele, um treinador ambicioso, que trabalha bem durante a semana e tem muito potencial. Está ainda no início, mas antevejo-lhe um bom futuro.

Nos últimos dois anos o Alverca chegou à fase de subida e morreu na praia. Sente que há esse fantasma no balneário?

—Penso que vai sendo ultrapassa­do. O treinador tem referido que a nossa pontuação já é maior comparativ­amente com as das últimas épocas. Neste momento, não está presente esse fantasma.

Acredita também que o atual modelo competitiv­o é mais justo do que nas últimas temporadas?

—Sim, agora premeia-se mais a regularida­de. São 14

NATURAL DE AVEIRO, O MÉDIO COMEÇOU A JOGAR NO BEIRA-MAR. PARTICIPOU EM 84 JOGOS NA I LIGA E EM 205 NA II LIGA

jornadas, antes as equipas eram divididas por dois grupos de quatro e jogavam só seis jogos. Um deslize podia ser fatal. Nós até começámos esta fase com uma derrota, mas temos vindo a melhorar e agora estamos em segundo.

Na próxima jornada, o Alverca joga em Coimbra, com a Académica, clube que represento­u cinco épocas. Será especial?

—É um emblema que me diz muito, estive lá cinco anos. Foram temporadas muito boas e é um clube de que vou sempre gostar, com adeptos extraordin­ários e onde fui bem tratado. Isso não se esquece.

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“Deramme boas referência­s do Alverca. O clube tem boas condições e bons recursos, ao nível dos das ligas profission­ais onde já joguei”
Ricardo Dias Médio do Alverca
“A Liga 3 é muito competitiv­a e esta fase de subida é aliciante. Assemelha-se à II Liga” “Deramme boas referência­s do Alverca. O clube tem boas condições e bons recursos, ao nível dos das ligas profission­ais onde já joguei” Ricardo Dias Médio do Alverca

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