O Jogo

Tanto trabalho para tão parco prémio

- João Araújo joao.araujo@ojogo.pt

Conceição tirou o Arsenal da sua zona de conforto do futebol rápido e físico. Dragões bateram-se como iguais, mas no horizonte continua a Taça e razoável distância pontual para o topo da Liga.

Lição tática de Sérgio Conceição a Mikel Arteta e grande compromiss­o e abnegação dos jogadores portistas são duas das conclusões óbvias das duas mãos da eliminatór­ia dos oitavos de final da Champions entre FC Porto e Arsenal. Como ninguém imaginará que o terceiro classifica­do da liga portuguesa encostou às cordas o líder da Premier League inglesa como resultado da qualidade e competitiv­idade do campeonato português, o mérito do que se viu, primeiro, no Dragão e, ontem, no Emirates deve ser inteiramen­te creditado ao trabalho meritório de equipa técnica e atletas azuis e brancos. O treinador dos dragões soube tirar da sua zona de conforto do futebol intenso, rápido e físico, em que está habituada a discutir no plano interno, uma equipa inglesa que só não caiu numa crise de nervos porque o golo que igualou a eliminatór­ia surgiu antes do intervalo, no chamado momento psicológic­o e num daqueles lances a que se convencion­ou chamar detalhes (que decidem jogos) mas na realidade são fruto de qualidade técnica de uns e erros defensivos de outros.

Os elogios ao comportame­nto na Champions são justos, mas a verdade é que o FC Porto está fora da Europa, a sete pontos do topo da I Liga (podem ser dez se o Sporting vencer em Famalicão) e a seis do segundo, que entreabre a porta da liga dos milhões. A Taça de Portugal afigura-se, agora, como objetivo mais realista, enquanto alimenta a esperança de recuperar terreno para o duo da frente do campeonato. Soa a fraco consolo para quem tanto trabalhou e tão perto esteve de voltar a deixar um grande de Inglaterra de mãos a abanar...

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