“SAD deve reestruturar a dívida”
Empresário pede melhores práticas a vários níveis, algo longe, na sua visão, do atual cenário
O antigo dirigente fez ●●● questão de partilhar caminhos na reorganização do clube, olhando à cultura da SAD, combate à dívida e nova postura na vertente comercial.
Como homem consciente de carências vigentes, que visão preconiza para o Boavista?
— Um futuro Conselho de Administração da SAD deverá, a meu ver, desenhar um projeto assente em três pilares base: credibilizar, respeitar e profissionalizar. É crucial trabalhar na recuperação da credibilidade do Boavista, demonstrar um profundo respeito por todos os interlocutores, sejam funcionários, jogadores, fornecedores ou credores, e implementar uma cultura de profissionalização de estrutura e de projeto.
E como seria possível operar essa mudança no atual estado financeiro da SAD?
— A SAD deverá proceder a uma profunda reestruturação da dívida através de uma ação conjunta de renegociação via PER e via redução abrupta dos custos, desportivos e de estrutura, tendo em vista a recuperação da sustentabilidade financeira, o que equivale a dizer que procurará ter receitas suficientes para pagar todas as suas responsabilidades correntes e vencidas fruto dos acordos estabelecidos. Tudo isto deverá estar alinhado com uma estratégia comercial muito mais acutilante, que aproveite o potencial da marca Boavista, num projeto comunicacional pela positiva e com plena transparência. Que assenta
nessa reestruturação?
—Um futuro CA da SAD deverá, neste processo de reestruturação, e quanto antes, contratar profissionais para posições-chave de gestão, reaproveitar os variadíssimos recursos humanos com capacidade de trabalho que o Boavista tem na sua estrutura, mas que se encontram subaproveitados na ausência de um projeto, e deverá também, de uma vez por todas, dispensar aqueles que proliferam na ausência de funções e/ou competências. Por fim, e do ponto de vista desportivo, o CA deverá desenvolver um projeto desportivo com base na ciência, no profissionalismo e nas melhores práticas do setor, o que não poderia estar mais longe do atual cenário.
“O projeto deve assentar em três pilares base: credibilizar, respeitar e profissionalizar”