O Jogo

NERVOSISMO VIRA-SE CONTRA O FEITICEIRO

Sporting pôs mesmo os italianos a tremer, foi a ganhar para o descanso, mas depressa se viu em desvantage­m. Final do jogo de puro desperdíci­o leonino

- Textos JOÃO ARAÚJO

Leões despediram-se da Liga Europa após terem entreabert­o a porta dos “quartos”. Mas desmoronar­am no segundo tempo, com erros defensivos e gritante falta de eficácia em frente à baliza.

Rúben Amorim tinha prometido e os jogadores do Sporting executaram a promessa, espalhando pelas bancadas do estádio de Bérgamo um estado de nervosismo quando, pouco depois da meia hora de jogo, Pedro Gonçalves fez um improvável golo da vantagem - quer porque contrariou a lógica da partida, na qual a Atalanta dominava e já tinha criado algumas ocasiões de perigo; quer porque foi o português a faturar após assistênci­a do habitual matador Gyokeres. O lance é ilustrativ­o de como os leões levavam a lição bem estudada para um embateque se previ ade sofrimento, após o empate na primeira mão destes oitavos de final com tranquilid­ade, pausas e muitos passes pelo meio, o golo nasceu num corte de Diomande, na defesa. A bola chegaria a Edwards que esticou o jogo na ala direita, depois foi até à esquerda, a Matheus Reis, acabando por chegar a Pote, que na zona frontal tabelou com Gyokeres que o deixou na cara de Musso. Ontem a jogar a médio, numa das seis mudanças e quatro trocas de jogadores operadas porAmorim, o português não falhou, mas logo nos festejos surgiu a primeira contraried­ade - lesionou-se e viuse obrigado a sair!

Com uma receção ao Boavista em menos de 72 horas e tendo o campeonato como prioridade, o treinador dos verdes e brancos mudou quatro nomes em relação ao triunfo em Arouca.Qua resma, Coates, Mo rita (doente) e Catamo deram lugar St. Juste, Inácio, Edwards e Esgaio, com Pote a recuar para o miolo e Diomande para o centro da defesa a três. Maior rotação fez G as perini,quemud ouse te elementos em relação ao empate no terreno da Juventus, para a liga italiana. E três das alterações, Kolasinac, Miranchuk e Lookman, foram das maiores dores de cabeça para a equipa portuguesa, que antes do golo e até ao intervalo cumpriu o plano de aguentar e ir pondo gelo na pressão italiana. Quando isso não bastou, Israel mostrou estar à altura da baliza que ocupa, com algumas defesas decisivas.

O regresso dos balneários foi, porém, de pesadelo para os leões. Ainda o cronómetro não assinalava o fim do primeiro minuto (38 segundos!) e já subia o 1-1 ao marcador. E, 13 minutos depois, a Atalanta dava a volta ao resultado. Além da reviravolt­a, esses menos de 15 minutos de jogo chocaram por terem mostrado a negação do que o Sporting fizera nos primeiros 45, em especial erros defensivos quase infantis. No 1-1, além de terem permitido o cruzamento, os defesas leoninos foram incapazes de tirar da área uma bola que a atravessou até ao segundo poste, onde Lookman marcou; no 2-1, foi um mau passe de Gonçalo Inácio a dar origem à jogada em que Scamacca e Miranchuk puderam triangular à vontade, até ao remate vitorioso do primeiro, perante a passividad­e da defensiva.

Do banco, Amorim tentou escrever um final diferente na história que teve o 18.º episódio de ausência de triunfos sportingui­sta sem Itália. E quase conseguiu! Edward se Paulinho, lançado aos 74’, por duas vezes cada, tiveram o golo à frente, mas não concretiza­ram. Nervosismo? Adeus Europa, olá dois meses e dois troféus para disputar.

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Hjulmand é cara da frustração sportingui­sta em Bérgamo
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