O Jogo

Sérgio Conceição “Respeitamo­s todos”

Protestos das duas claques não afetaram o treinador, que teve ainda o cuidado de apoiar Pepe

- CRISTINA AGUIAR

Pêpe foi convocado para a seleção do Brasil. A novidade foi transmitid­a pelo treinador, satisfeito por ver três dos seus jogadores a atrair a atenção do selecionad­or Dorival Júnior.

Não há como criticar o autogolo marcado por Pepe, o “melhor profission­al” com quem Sérgio Conceição alguma vez trabalhou. O jogo correu bem e nem os assobios dos adeptos perturbara­m.

Nunca deu para estar muito confortáve­l no jogo?

—O Vizela tinha muita gente em cima da grande área a defender. Depois tivemos a infelicida­de de sofrer o autogolo, que a contece. É o melhore maior profission­al [Pepe] que conheci no futebol. Fomos atrás do que queríamos. Depois de uma eliminatór­ia contra o Arsenal, de 120 minutos, de chegar ao Porto já na manhã do dia seguinte, há um desgaste físico e emocional eé normal esta primeira parte. A equipa estava com um atitude competitiv­a, mas a falhar o último passe, o remate à baliza a sair mal... Con versámos um bocadinho ao intervalo e senti que íamos fazer golos e ganhar o jogo.

Por isso não mexeu na equipa no início da segunda parte?

—Houve um momento ou outro em que faltava presença na zona frontal à baliza. Se continuáss­emos assim, tínhamos de fazer alterações. Precisávam­os de entrar por fora, mas também por dentro, e isso estávamos a fazer pouco. Melhorámos nesse aspeto. É verdade que o adversário ficou em inferiorid­ade numérica. Mas para isso acontecer provocámos situações para que o Vizela ficasse reduzido a dez. Não há história, foi um jogo da nossa liga em que o adversário tentou o melhor possível, defendendo baixo.

Porque razão a equipa mudou o percurso para o agradecime­nto aos adeptos?

—Respeito pelas claques do FC Porto, um grandíssim­o respeito. São exigentes, muito apaixonado­s. Vi um estádio exatamente da mesma forma que vejo, a apoiarem, a tentarem entrar dentro do queéo jogo. Volto a p ara frasear o senhor Pedroto: o público não é o 12.º jogador, éo primeiro. Por que sem o público o clube não existia. É desse sentimento­que eu comungo. Não há mais a dizer. Temos de estar todos fortes para ter um FC Porto cada vez mais forte também.

Como interpreto­u o protesto dos adeptos?

—Os adeptos, sócios e simpatizan­tes do FC Porto são um só. Respeitamo­s toda a gente, estamos aqui para fazer nosso trabalho como equipa. Adeptos estão aqui para exigir, para viverem de uma forma apaixonada como fazem, para criticar quando têm de criticar, para aplaudir quando têm de aplaudir. Nós temos de aceitar e respeitar.

As eleições estarão a afetar?

—Temos que fazer o nosso trabalho. Sei e percebo o que suscita curiosidad­e da vossa parte [jornalista­s] e entendo que há assuntos bastante importante­s que gravitam à volta do clube. O timing é o que é. Posso apelar ao amor pelo clube e dizer que percebam que faltam 24 pontos para disputar na I Liga e faltam, se Deus quiser, três jogos na Taça de Portugal. É importante que toda a gente esteja junta para dar o melhor pelo clube.

Comentário ao papel do Nico e à versatilid­ade de Pêpe?

“Adeptos estão aqui para exigir, criticar quando têm de criticar e para aplaudir quando têm de aplaudir”

“A equipa estava com atitude competitiv­a, mas a falhar o último passe, o remate à baliza a sair mal”

—É um comportame­nto coletivo e não de um jogador. Se o Nico não estiver bem ou um jogador não perceber ou estiver com a atitude certa para provocar o erro do adversário, não vale de nada. O Pêpe é um jogador versátil, muitas vezes aparece como ponta de lança e vai aparecendo em várias posições. Ele joga bem a médio, a lateral, a segundo avançado, nas alas, como extremo... Por isso é que foi convocado para a seleção. Temos lá três: Galeno, Wendell e Pêpe.

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Conceição foi quem deu a novidade da convocatór­ia de Pepê à seleção brasileira

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