O Jogo

Arthur Cabral responde a Kokçu

- Jorge.maia@ojogo.pt

Uma boa maneira de se ser importante numa equipa é aproveitar as oportunida­des para fazer a diferença. As entrevista­s polémicas raramente têm a mesma eficácia.

Se Roger Schmidt precisava de dar uma resposta à entrevista de Kokçu, e precisava, a mais eloquente acabou mesmo por sair dos pés de Arthur Cabral. O avançado brasileiro, que tem sido preterido nas escolhas do alemão nos últimos jogos, seja em relação a Marcos Leonardo, a Tengstedt ou até Rafa, não amuou por isso, nem se queixou publicamen­te de não lhe darem a importânci­a que, provavelme­nte, também sente que merece e que os 20 milhões que custou às águias fariam supor. Em vez disso, tratou de reclamar essa importânci­a em campo, saindo do banco para marcar o único golo dos encarnados frente ao Casa Pia, garantindo três pontos tão suados como preciosos na corrida ao título. De repente, e mesmo admitindo que os desígnios de Roger Schmidt são muitas vezes insondávei­s, até é capaz de ter recuperado dessa forma o estatuto de titular no ataque dos encarnado. Em contrapart­ida, o que não é fácil de recordar é qualquer caso em que um jogador tenha dado uma entrevista semelhante à que Kokçu concedeu ao “De Telegraaf ” e tenha ganho com isso o espaço que reclamava na equipa, enfeitado com um pedido de desculpas do treinador por não ter reparado antes no génio que ali estava. A diferença, claro, é que Arthur Cabral ainda quer mesmo ser importante no Benfica enquanto Kokçu provavelme­nte já deve estar a pensar em ser importante noutro sítio qualquer. De preferênci­a, com os encarnados a fazerem um bom desconto aos eventuais interessad­os para se livrarem de um problema. Tem a palavra Rui Costa.

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