Arthur Cabral responde a Kokçu
Uma boa maneira de se ser importante numa equipa é aproveitar as oportunidades para fazer a diferença. As entrevistas polémicas raramente têm a mesma eficácia.
Se Roger Schmidt precisava de dar uma resposta à entrevista de Kokçu, e precisava, a mais eloquente acabou mesmo por sair dos pés de Arthur Cabral. O avançado brasileiro, que tem sido preterido nas escolhas do alemão nos últimos jogos, seja em relação a Marcos Leonardo, a Tengstedt ou até Rafa, não amuou por isso, nem se queixou publicamente de não lhe darem a importância que, provavelmente, também sente que merece e que os 20 milhões que custou às águias fariam supor. Em vez disso, tratou de reclamar essa importância em campo, saindo do banco para marcar o único golo dos encarnados frente ao Casa Pia, garantindo três pontos tão suados como preciosos na corrida ao título. De repente, e mesmo admitindo que os desígnios de Roger Schmidt são muitas vezes insondáveis, até é capaz de ter recuperado dessa forma o estatuto de titular no ataque dos encarnado. Em contrapartida, o que não é fácil de recordar é qualquer caso em que um jogador tenha dado uma entrevista semelhante à que Kokçu concedeu ao “De Telegraaf ” e tenha ganho com isso o espaço que reclamava na equipa, enfeitado com um pedido de desculpas do treinador por não ter reparado antes no génio que ali estava. A diferença, claro, é que Arthur Cabral ainda quer mesmo ser importante no Benfica enquanto Kokçu provavelmente já deve estar a pensar em ser importante noutro sítio qualquer. De preferência, com os encarnados a fazerem um bom desconto aos eventuais interessados para se livrarem de um problema. Tem a palavra Rui Costa.