O Jogo

Trajeto imaculado é modelo a seguir

EURO’2024 Médio do PSG e da Seleção Nacional aponta, em entrevista a O JOGO, o registo perfeito da qualificaç­ão como exemplo para junho e julho, na Alemanha

- VITINHA

Com o novo equipament­o alternativ­o vestido, o ex-FC Porto explica que os jogadores das Quinas não querem “aceitar menos do que a vitória final”, mas deixa um alerta sobre “expectativ­a em demasia”.

FRANCISCO SEBE

Já habituado às vozes dissonante­s ●●● que, mesmo perante uma fase de apuramento imaculada (10 vitórias em 10 jogos) encontrara­m forma de criticar a Seleção, Vitinha assume o desejo de chegar à “vitória final” em Berlim, mas lembra que “demasiadas expectativ­as” podem desaguar num efeito indesejado.

O que pode dizer sobre as novas camisolas da Seleção Nacional?

—Já é normal olharmos e gostarmos das camisolas que temos na Seleção. A camisola principal é muito bonita, toda muito simples, mas com as cores de Portugal, como é óbvio. A segunda camisola é mesmo fora da caixa, acho mais alternativ­a, algo que não estávamos habituados a ver. É mesmo linda.

Já se imagina a levantar a taça do Europeu com uma delas vestida?

—Claro que imagino, mas esse objetivo ainda está longe e é preciso percorrer muito caminho até lá.

Que meta é que Portugal traçou para este Europeu?

—Sabemos que somos uma grande seleção. Temos enormes jogadores e, mais importante do que isso, formamos um coletivo muito bom. Sabemos que podemos chegar longe na competição, mas temos também que ter calma, não criar demasiada expectativ­a. Vamos começar etapa a etapa, primeiro a fase de grupos e depois um jogo de cada vez. Acho que a melhor estratégia para chegar o mais longe possível é olhar para o que está mais perto, sem perder de vista o longo prazo.

Essa expectativ­a excessiva prejudicou a Seleção no Mundial’2022?

—Não acho que tenha sido por aí. Tal como agora, é bom ter expectativ­as, porque realmente não temos de nos escondermo­s. Somos uma seleção forte, temos grandes jogadores e um grupo forte, mas também é importante não irmos [ao Euro’2024] já com a sensação de que, se não ganharmos, será um fracasso. Vamos com calma, pensando jogo a jogo. Sabemos que temos todas as capacidade­s para chegar o mais longe possível e para ganhar, mas não convém deixar já a expectativ­a de que tudo o que não for a vitória final é um fracasso. Não queremos aceitar menos do que isso, mas sabemos que a melhor forma de lá chegar é ter calma e concentrar­mo-nos em cada tarefa.

A qualificaç­ão perfeita aumenta a responsabi­lidade de Portugal?

—Olho para isso de outra forma. Estamos no caminho certo, vamos ver o que fizemos para continuar nesta senda. Olhamos para a qualificaç­ão imaculada, com muitos golos marcados e zero golos sofridos até á reta final. Antes do primeiro jogo, não pensávamos em ganhar os 10 jogos, como acabámos por conseguir. Olhámos para os processos de cada jogo, sem querer saltar para o fim da história. E isso deu frutos. Temos de olhar para a qualificaç­ão, para podermos projetarom­esmonoEuro­peu.

Sentem-se prontos para defrontar qualquer adversário? Dir-se-ia que essa é a grande dúvida em relação ao potencial da Seleção... —Já estamos habituados a que nos apontem essas coisas. Nos clubes acontece o mesmo. Quando não fazemos as coisas bem, é porque está tudo mal.

Toda a gente se lembra que as últimas qualificaç­ões não têm sidoassimt­ãofáceis.Acabámos de fazer uma qualificaç­ão imaculada para o Europeu e muita

“Não convém pensar já que tudo o que não for a vitória final é um fracasso”

Vitinha Médio do PSG e de Portugal

“Imagino-me a levantar a taça do Europeu com esta camisola, mas esse objetivo ainda está longe e é preciso percorrer muito caminho até lá”

“Nos clubes, quando não fazemos as coisas bem, é porque está tudo mal. Já estamos habituados a esse tipo de coisas”

“Há muita alegria dentro do grupo. Acho que isso faz muita diferença e nota-se dentro de campo”

gente disse que a qualidade dos adversário­s não era a melhor. Vamos esperar para ver contra uma grande seleção, como Espanha, Inglaterra ou Itália, o que for. E se calhar, mesmo ganhando aí, vão dizer mais alguma coisa... Faz parte. Sabemos que estamos preparados e estamos ansiosos para que cheguem os grandes jogos.

“Eu também digo que quero jogar, como é óbvio. Cabe-me dificultar a tarefa do selecionad­or, vou sempre tentar provar o meu valor”

Que balanço faz deste ano de trabalho com Roberto Martínez?

“Podemos falar de mim, do Diogo Costa e do João Mário, mas também do Fábio Vieira e do Francisco Conceição”

— Primeiro, acho que não se pode deixar de dizer que é um balanço muito positivo pelas vitórias que alcançámos. Mas apontomais­doqueisso.Aponto o que ele acrescento­u à nossa Seleção, ao nosso grupo de trabalho. Tem sido incrível. Entre nós, nos treinos e no dia a dia, há muita competitiv­idade saudável. Há muita alegria dentro do grupo, que acho que faz muita diferença e acaba por se notar dentro de campo. Isso só nos torna melhores jogadores, melhor Seleção. O balanço que faço é muito positivo, em termos de resultados e de dinâmica.

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VITINHA

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