“Lugar não está garantido”
A cumprir a segunda época no PSG, Vitinha faz um exercício de autoavaliação e vê-se “mais completo”. Na Seleção, não se sente indiscutível
O médio nem quer pensar que tem vaga cativa nos convocados de Roberto Martínez, até para evitar algum tipo de “desleixo”. Promete continuar “a pedir mais tempo” de jogo ao selecionador.
Nesta convocatória há vários jogadores novos. O Vitinha já se sente um indiscutível na Seleção?
●●● —Nunca pensei ouvir isso, muito menos com 24 anos [risos]. Não acredito que seja um nome garantido na Seleção e muito menos um veterano. Felizmentetenhosidosempre convocado desde que entrei na Seleção. Fruto do meu trabalho e também do que os selecionadores veem em mim. Como acontece comigo, acredito que ninguém tem o lugar garantido na Seleção. Sabemos queoquefazemosnosestágios anteriores é muito importante, porque é o que está mais ao alcance do selecionador e sabemos também que a continuidade nos clubes também pesa muito. Por isso, nunca me dou como garantido, até para não deixar que me desleixe. Já sabemos que quem facilita, complica. Quero continuar a estar presente e não falhar nenhuma convocatória.
Já atuou em várias posições esta época. Sente que é um jogador mais completo?
—Sem dúvida. Se não nos sentirmos mais completos a cada ano que passa, alguma coisa há de estar mal. Com vivências de treinadores diferentes, ensinamentos diferentes e futebol diferente estou a crescer muito. O facto de já ter jogado em várias posições este ano dá-me muito mais estofo, dá-me maior perspetiva de jogo em termos das outras posições, de saber o que tenho de fazer. Seja mais adiantado, mais recuado, com ou sem bola... Acho que me torna mais completo e estou super entusiasmado por isso. Quero continuar a aprender.
Há muitas vozes, de comentadores a redes sociais, que dizem que o Vitinha devia ser indiscutível no onze da Seleção, nomeadamente ao lado do Palhinha. Como olha para essas opiniões?
—Eu também digo que quero jogar, como é óbvio. Qualquer convocado da Seleção quer ser
titular e eu não sou exceção. Sei que o selecionador tem a vida dificultada pela quantidade e qualidade que existe. Não
fica nada fácil para o treinador e cabe-me dificultar essa tarefa o máximo possível. Claro que reclamo sempre mais minutos, quero e mostro isso, não verbalmente, mas no treino. Tambémseiqueaqualidadena Seleção é muita e a concorrência é muito forte, mas também sei que isso é bom para mim e para os meus colegas. Faz-nos sentir cada vez mais no topo e dar o melhor a cada dia. Vou sempre tentar provar o meu valor e “pedir” mais tempo, treinando e mostrando que devo ter mais minutos e porque devo jogar.
“Claro que reclamo sempre mais minutos, quero e mostro isso mesmo no treino”
Vitinha Médio do PSG e de Portugal