O Jogo

PELA PERMANÊNCI­A “SEM LOUCURAS”

Duas vitórias seguidas deram enorme balão de oxigénio na luta pela salvação. O treinador Tiago Vicente quer acabar com “sobe e desce” do clube

- JOÃO MAIA

Natural de Leiria, o técnico partilha carrinha de sete lugares com outros elementos do plantel. Sai às 18h00 para ir dar treino e chega a casa pelas 23h00. Localizaçã­o geográfica “é quase como uma ilha”.

Duas vitórias seguidas tiraram o Peniche da zona de descida, embora à condição por ter mais um jogo do que o Fontinhas, primeira equipa abaixo da linha de água. Derrotar o Sernache, por 2-0, deu ainda mais cor à boa fase, mas é preciso pontuar nos dois encontros que faltam, em Gouveia e frente ao Benfica e Castelo Branco. “O objetivo está longe de atingido. Mesmo ganhando o próximo jogo, não chega”, avisa Tiago Vicente. O treinador entrou no clube no decorrer da época 2021/22, não conseguind­o evitar a queda para o distrital da AF Leiria, mas em 2022/23 sagrou-se campeão. Agora, quer acabar “com o sobe e desce”. “Há 16 anos que o Peniche é sobe e desce. Nunca embarcámos em loucuras e o objetivo sempre foi a permanênci­a. Se conseguirm­os isso, teremos estabilida­de no próximo ano para fazer um campeonato melhor”, explica. “O nosso orçamento não é muito elevado e estamos numa zona do país que é longe de tudo. Não é uma ilha, mas é quase uma ilha”, reforça.

A competitiv­idade do campeonato dita que as ambições sejam mais modestas. “Quem não lute para subir e treine à noite, lutará sempre pela permanênci­a”, comenta. Residente em Leiria, Tiago Vicente faz quase todos os dias a viagem para Peniche com mais sete elementos do plantel. “É uma família dentro da outra família, que é o resto do grupo. Quando o treino não corre bem, é um silêncio. Mas são mais as vezes em que impera o bom ambiente”, conta. “Saio de casa às 18h00 e chego pelas 23h00. É duro”, resume. Vicente partilha o futebol com uma empresa que detém e que muitas vezes “sai prejudicad­a”.“Mesmoquand­otreinei a U. Leiria nunca deixei de trabalhar. O futebol é um part-time que às vezes me leva mais tempo do que o meu trabalho”, ressalva. Ciente da pressão que poderá rondar a equipa nos últimos dois embates, Tiago Vicente assegura que “todos estão preparados”. “Não há ninguém que queira ganhar mais do que os jogadores. Aos 30 minutos do jogo frente ao Sernache estávamos a jogar com menos um e eles tiveram de correr mais um bocadinho para ganhar. Vamos lá com trabalho, dedicação e espírito de sacrífico”, promete.

“Mesmo quando treinei a U. Leiria nunca deixei de trabalhar. Futebol é um part-time” Tiago Vicente Treinador do Peniche

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Tony Correia, Miguel Velosa, que se transferiu para o futebol checo, Tiago Ferreira, Diop e Renato festejam
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