“Se tiver de morrer a meio não há problema”
Presidente do FC Porto decidiu avançar ao ver os “movimentos de quem estava por trás” de outra lista e relativizou o desgaste que André Villas-Boas lhe atribui
Perante 200 pessoas em Rio Tinto, o dirigente disse que a família “fez força” para parar. Sobre Sérgio Conceição, reafirmou estar “convencido” que continuará no clube, caso seja eleito.
Numa sessão de esclarecimento na Escola Secundária de Rio Tinto, onde estiveram 200 adeptos, Pinto da Costa explicou os motivos que o conduziram à recandidatura e deixou algumas mensagens fortes. “Enquanto Deus me der vida, não me importo de lutar sempre pelo FC Porto. Se tiver que morrer durante um mandato, não é problema. O importante é que o FC Porto seja sempre dos sócios, continue a ganhar. Tive a honra de ter conquistado 2566 títulos eé isso quem e preocupa. Ainda hoje [ontem] fui ao museu receber a Taça de Portugal [basquetebol], muita gente ficou a admirar as taças toda se não vininguémà procurase os capitais próprios estavam positivos ou negativos ”, atirou o presidente dos dragões, 86 anos. “Ponderei bem se havia de me candidatar. A minha família fazia força para que não me candidatasse, diziam‘ já fizeste tudo, sais em grande ’. Respondi que não entrei no FC Porto
para sair no momento em que saio em grande, pois já tive vários momentos assim. Reconheço que o mais fácil era sair. Mas comecei a ver os movimentos de quem esta vapor trás de qualquer candidatura, ainda não tinha percebido quem seria, mas sabia bem quem eram os mentores. Quando soube que por trás estava a NOS na tentativa de recuperar o contrato, oferecendo 320 M €, enquanto a MEO ofereceu 450 M€, quando percebi que a estratégia passava pelo que aconteceu no Braga, onde um grupo de árabes surgiu para comprar 20% e estavam preparados para adquirir os 8% do senhor Joaquim Oliveira... Isso não pode acontecer. Não vou permitir que o FC Porto seja vendido a quem quer que seja. Hoje, mais do que quando a SAD foi feita, a SAD é dos sócios. A minha filha ficou muito contrariada, porque disse que punha o FC Porto à frente da vida”, afirmou Pinto da Costa, que visou diretamente André Villas-Boas, com sarcasmo à mistura. “Está preocupado porque estou muito cansado, posso não fazer o mandato completo e ele acha que isto é uma oportunidade para os vice-presidentes assumirem. Não se admirem que apareça nas fotos alguém atrás de mim com uma pistola. Começo a pensar e a ter medo”, gracejou.
Em jeito de promessa, o dirigente esclareceu uma proposta do programa. “Não vamos ter mais transparência, vamos ter transparência, porque todos os nossos negócios estão descritos no relatório de contas. E quando se fala em negócios obscuros, empresários que são favorecidos, não é verdade. Há empresários que trabalham com o FC Porto há muito tempo, que quando precisamos estão ao nosso lado. Dou o exemplo de Jorge Mendes, o mais antigo a trabalhar connosco, a quem mais devemos em termos monetários, porque está sempre disposto a esperar”, defendeu, antes de ser confrontado sobre a continuidade de Sérgio. “Se for eleito, estou convencido que será o treinador”, vincou, confirmando o que tinha dito a O JOGO. Relativamente aofutebol feminino, revelou que“já há acordo comum clube ”. À boleia da presença de Marta M assada ,“um adas intenções” é criar a secção de padel, modalidade praticada pela cirurgiã. Por fim, no futsal, pretende “começar pela formação”, para ter uma equipa “pronta para disputar o campeonato dentro de um ano ou dois”.
“Se for eleito, estou convencido que Sérgio Conceição será o treinador”
Pinto da Costa Presidente do FC Porto