O Jogo

RENATO VEIGA

“Pensei que ia dar para mim”

- FREDERICO BÁRTOLO

Esteve à porta da equipa principal do Sporting em 2021 e 2022, mas a estreia nunca se proporcion­ou. Sem ressentime­ntos, conta a O JOGO como é o balneário leonino e a nova vida em Basileia.

Renato Veiga está no Basileia ●●● desde o verão, mas em 2021 e 2022 espreitou a oportunida­de de estrear-se na equipa A do Sporting. O sonho não se concretizo­u, mas a O JOGO fala de Rúben Amorim e dos colegas.

Custou 4,6 M€ ao Basileia. É a maior venda entre os que não se estrearam na equipa A. Isso é bom ou mau?

—Ébom,porqueopas­sadonão podemos mudar. Dei o meu máximo todos os dias no Sporting. Não consegui o objetivo de estrear-me e afirmar-me na equipa principal, mas saí sem ressentime­ntos. O Sporting ajudou-me muito. Fiz um percurso giro.

Quando acreditou que poderia estrear-se?

—Estive no banco em diversos jogos. Às vezes, o resultado estava mais confortáve­l, seja em jogos da Taça, da Liga dos Campeões. Pensei que ir dar para mim, porque sou trabalhado­r. Não deu, a vida segue. Fico grato porque sem o Sporting não seria o jogador que sou. Aproveitei cada minuto ao máximo lá. Era uma esponja: não se é inteligent­e quando não se ouve coisas de quem lá joga.

Há mágoa por não ter jogado pela equipa A?

—São ideias do treinador. Eu era muito influente, estava como capitão da equipa B e bem jovem ainda. O míster achou que não era eu que devia jogar e isso tem de se respeitar.

Fez toda a carreira a médio, mas Amorim pensou em si para central. Explicou-lhe essa ideia?

—Tevealguma­sconversas comigo, mas mais do que falar metia-me a central do lado esquerdo. Jogava a líbero também e sentia que estava bastante bem nos treinos. Na equipa B estava a correr bem também como central. Senti que era só a central que entra

“Não dá para fazer farinha com o míster Rui Jorge”

Renato Veiga está nos sub-21. que ontem defrontara­m as Ilhas Faroé, mas aponta outro grande rival. “O duplo encontro com a Croácia é importante para o objetivo. Só temos é de ganhar. Aí ficamos perto do Europeu”, considera, elogiando o trajeto e a liderança de Rui Jorge: “Sabe-se que não se pode fazer farinha com o míster Rui Jorge [risos]. É o respeito que todos devem pelo que tem feito.” Renato é pronto a afirmar: “Todas as Seleções de Portugal podem lutar pelo título europeu. É um país com grandes gerações.” Destaca o “coletivo” e não só: “Tecnicamen­te, o melhor é o Francisco Conceição [FC Porto e agora chamado à Seleção A]. É muito forte”.

“Sentia-me bem nos treinos e era influente nos bês. O míster achou que não devia ser eu a jogar. Tem de se respeitar”

“O Sporting tem uma ligação muito forte e isso vê-se em campo. É seguir assim, que vão para a fase final”

“As seleções de Portugal podem sempre lutar por títulos europeus. Francisco Conceição é tecnicamen­te o mais forte nos sub-21”

va no plano do míster.

O que pensou quando viu o Dário Essugo, aos 16 anos, mais novo do que o Renato, a estrear-se na equipa A?

—Fiquei feliz por ele quando apareceu. Era meu amigo, não o mais próximo, mas era meu amigo. Foi dos primeiros a estrear-se. Acredito nos tempos de Deus, só tem de se respeitar as decisões do treinador.

Foi percebendo que a saída era o melhor cenário?

—Houve uma conversa com o senhor Hugo Viana. É uma boa pessoa, desejou-me o melhor. Percebia-se que não ia jogar na equipa A. Depende sempre do contexto para onde se sai e de quem são os concorrent­es pela posição na equipa A. Na equipa B não estava a ter o estímulo certo e precisava de outros desafios. Queria mais.

O coletivo é a maior arma deste Sporting?

—Sim. É uma equipa com uma ligação muito forte, isso nota-se em campo. Quando se tem um balneário forte, é meio caminho andado para o sucesso. É seguir, que vão para a fase final.

O clube vai ser campeão?

—Se ganharem todos os jogos até final [risos].

Quem era o mais difícil de parar no Sporting?

—O Edwards. Tem o centro de gravidade baixo, a bola colada ao pé. Parece que faz parte dele. Tem qualidades acima da média. Tem potencial para estar um dia noutro patamar.

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