O Jogo

“TEM SIDO UM DESA

Carlota Cristo, outrora reconhecid­a como uma avançado goleadora, recuou no terreno e atua esta época como médio defensivo

- JOÃO FERNANDO VIEIRA

A chegada do treinador islandês Thorlákur Már Árnason, em outubro do ano passado, alterou o percurso da jogadora tavirense de 26 anos, bem como o destino do Damaiense.

Carlota Cristo é um nome forte na Liga BPI. Aos 26 anos, a internacio­nal jovem portuguesa é uma das capitãs do Damaiense. Apesar de ter desempenha­do principalm­ente o papel de avançado ao longo da carreira, esta época, com a chegada do treinador Thorlákur Már Árnason, viu-se deslocada para uma nova posição. Em entrevista a O JOGO, a tavirense, que já participou em 19 jogos, explora a transição para a nova posição, realça a coragem demonstrad­a pela equipa ao longo da temporada e partilha os planos futuros.

Na última jornada da Liga BPI, o Damaiense bateu o pé ao líder Benfica e alcançou um empate a um golo. Foram apenas a quarta equipa a roubar pontos às águias esta temporada, a nível interno.

—A verdade é que o Benfica é a melhor equipa em Portugal e não podemos negar isso. Realizámos o nosso trabalho e acredito que a chave foi a coragem. O resultado poderia até ter pendido para o nosso lado, mas no final, penso que foi um jogo muito disputado e o empate foi justo.

Como se sentiu ao defrontar o seu antigo clube, onde conquistou troféus e se mostrou para o futebol?

—Nãoescondo,nemnuncaes­condi, que o Benfica é o clube do meu coração. Vestir aquela camisola foi, sem dúvida, a realização de um sonho. Sou imensament­e grata ao Benfica por me ter dado essa oportunida­deeguardou­mcarinhomu­ito especial por todos lá.

O Damaiense tem protagoniz­ado

uma temporada tranquila e ocupa o sexto lugar na Liga BPI. Poder-seia dizer que essa coragem que a Carlota mencionou tem sido uma marca da equipa esta temporada?

—Temos uma equipa muito unida, com dinâmicas bem estabeleci­das e vontade de enfrentar qualquer desafio. Essa coragem e força são, sem dúvida, os nossos pontos fortes. Nunca desistimos. No entanto,

Tavira, passou por Ginásio Trajeto: Carlota Valadares e Amora Guia, Verona, Benfica,

claro que há sempre espaço para melhorias. Somos uma equipajove­mehásempre­margem para crescer.

Quais são os objetivos para o que resta da época?

—Os objetivos do clube passam muito por conquistar o máximo de pontos possível e assegurar uma posição ainda mais confortáve­l na tabela classifica­tiva.

A Carlota é uma das atletas mais destacadas do Damaiense, pelo vasto currículo nacional e

internacio­nal, e é também uma das capitãs. Sente uma responsabi­lidade acrescida?

—Não sinto que exista uma pressão adicional por ter passado por clubes de alto calibre. Contudo, creio que consigo transmitir para algumas das minhas colegas, tanto dentro como fora de campo, alguma responsabi­lidade e os valores que absorvi nesses clubes. Como uma das capitãs, é também importante passar esses princípios.

Como é que tem lidado com a transição para a posição de médio-defensivo, depois de ter sido avançado durante grande parte da carreira?

—Tem sido um desafio. Com a chegada do novo treinador, mudei de posição e tenho jogado mais como médio defensivo. São posições muito distintas, mas estou determinad­a a contribuir para a equipa da melhor forma possível. Se o treinadora­creditaque­estaposiçã­o me favorece e que posso ser útil, então estou totalmente comprometi­da com isso. Durante o seu percurso, enfrentou duas lesões graves nos joelhos, o que a obrigou a passar por longos

“Temos uma equipa muito unida, com dinâmicas bem estabeleci­das”

“Lidar com duas lesões graves nos joelhos foi uma verdadeira prova de resistênci­a”

Carlota Cristo Avançado do Damaiense

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