O Jogo

“Sei o que sou capaz de fazer”

Miguel Oliveira apresenta-se determinad­o para o Grande Prémio de Portugal, segunda prova do calendário do mundial de MotoGP

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De “espírito aberto”, sem colocar nenhuma limitação, mas também sem exagerar nas expectativ­as, o português da Trackhouse Aprilia faz mira ao top-10, acreditand­o que mesmo a vitória é possível. CATARINA DOMINGOS

Passados praticamen­te 18 meses da última vitória no Campeonato do Mundo de MotoGP, no Grande Prémio da Tailândia, a 2 de outubro de 2022, Miguel Oliveira não descarta que esse seja o desfecho no GP de Portugal, que hoje se inicia com os primeiros treinos.

Após um 15.º posto na primeira corrida do ano, o cenário pode parecer improvável, mas o português da Trackhouse Aprilia, que arrasou no Autódromo Internacio­nal do Algarve em 2020, ao serviço da satélite Tech3 KTM, afirma que “tudo é possível”. “Vindo de resultados médios como o do Catar, chegar e dizer que estou pronto para o desafio de vencer talvez pareça um pouco ambicioso, mas eu sei exatamente o que sou capaz de fazer. Hoje em dia, o MotoGP é muito particular. Podes ir de 12.º a primeiro numa fração de segundo”, sustentou o Falcão durante a conferênci­a de Imprensa do evento, ao lado de Marc Márquez (Gresini Ducati), Pedro Acosta (KTM GasGas) e Fermín Aldeguer, prodígio do Moto2.

A postos para a sexta experiênci­a em Portimão, a segunda com uma Aprilia, Oliveira estabelece­u que não quer “criar limitações”. “Também não quero criar demasiada expectativ­a. Ainda me estou a adaptar à moto, é verdade, mas sinto que estamos a dar passos numa boa direção e espero que possamos mostrar que temos velocidade para estar no top-10 imediatame­nte na sexta-feira [hoje]”, acrescento­u o piloto almadense, muito acarinhado ao longo do dia, que teve tambémumac­aminhadaco­m a equipa pela montanha-russa algarvia.

O anfitrião explicou ainda que “pilotar uma moto é sobre sensações”. “Quando te sentes bem e confortáve­l, tudo vem sem demasiado esforço e claro que isso é possível com qualquer moto. No ano passado, mesmo sendo a minha primeira corrida com a Aprilia, testámos antes e isso foi uma enorme vantagem para mim e deu-me boas indicações. Vamos ver este ano. Venho de espírito aberto, sei o que posso fazer bem. Só precisamos de atuar no momento exato”, reforçou, num discurso repleto de determinaç­ão.

A dificuldad­e de bater o futebol

Ao lado da uma armada espanhola, Miguel Oliveira foi questionad­o porque mais nenhum português atingiu o mesmo patamar e se não deveria ter mais apoio dos adeptos portuguese­s no AIA, revelando que se sente “à parte no campeonato, por vezes”. “Sou um caso único. Muitos ingredient­es juntaram-se para chegar ao Mundial, o que mais nenhum português conseguiu alcançar. Não sei porquê. Não tenho o ingredient­e. Quando comecei, há 15 anos, as necessidad­es eram completame­nte diferentes de agora. Não sei o que precisam no momento”, acrescento­u. Para o piloto, o pioneirism­o deve-se a “uma questão cultural”. “Temos

“O MotoGP é muito particular. Podes ir de 12.º a primeiro numa fração de segundo”

“Venho de espírito aberto, sei o que posso fazer bem. Só precisamos de atuar no momento exato”

Miguel Oliveira Piloto da Trackhouse Aprilia

uma cultura em torno de um grande desporto chamado futebol e é difícil bater isso. Mas há MotoGP em muitas casas portuguesa­s, sabem quem é o Miguel Oliveira... Continuemo­s a correr em Portimão e vamos ver o efeito. Mas acho que a cada ano vai ser melhor”, defendeu.

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