“Que se transforme num ídolo do Brasil”
Futuro Companheiro de viagem até Portugal, com destino ao FC Porto, recorda o percurso de ascensão do extremo, que esta noite se pode estrear pelo “Escrete “, em pleno Wembley
Antigo colega no modesto Trindade, Danilo não esconde o orgulho por Galeno que, diz, foi chamado por Dorival por mérito e por ser um tipo de jogador que faz falta à seleção brasileira. PEDRO CADIMA
●●● A viver campanha de eleição no FC Porto, envolvido nas estrelas por golos e assistências e destaque luminoso na Liga dos Campeões, Galeno pode cumprir já esta noite (19 horas, Sport TV1) o sonho de menino de se estrear pela seleção do Brasil, em pleno estádio de Wembley, frente a Inglaterra e com os companheiros no Dragão Pepê e Wendell ao lado. A carreira do extremo é todo um livro de superação, de menino franzino no Maranhão a jogador talentoso no Trindade, acabando identificado pelo FC Porto já no Grémio Anápolis, um interposto de jogadores na época para este lado do Atlântico. O mesmo embarque para Portugal, em 2016, teve Danilo Alves, médio-ofensivo que acabou apenas por jogar no Penafiel, mas que se apresentou no FC Porto B no mesmo dia que Galeno e sob as ordens de Luís Castro. Eram dois meninos do interior, que haviam despontadono Trindade (Goiânia) e que cruzavam o mundo pelo mesmo destino e febre de uma carreira que desse alicerces e fama.
Danilo saiu de cena do futebol profissional, voltou à sua Goiânia, mas confessa-se radiante com o sucesso recente de Galeno, seu irmão de aventuras futebolísticas. “É sempre bom relembrar o Trindade, vivemos momentos maravilhosos e um deles foi o primeiro golo profissional do Galeno com assistência minha num triunfo sobre o Anapolina. Fico muito feliz por ter participado na história de um grande jogador”, destaca Danilo, longe de imaginar que meses depois estariam juntos espreitando um admirável mundo novo. “Esse primeiro contacto com o FC Porto foi maravilhoso, perante uma estrutura extraordinária. Receberam-nos muito bem, fizeram dois garotos pouco ou nada viajados sentirem-se em casa”, atirou.
O primeiro contacto com o novo clube não podia ter corrido melhor. “Lembro-me como se fosse hoje. Foi no museu do Estádio do Dragão que nos dirigiram a palavra, falando que ali estavam muitos nomes de brasileiros que fizeram história. Que se nós nos dedicássemos podia ser igual”, lembra Danilo, citando Casemiro e Hulk como os atletas mais inspiradores nesse cartaz. “Galeno levou isso bem a sério, dedicou-se para chegar onde chegou, hoje tem nome marcado no clube e no museu, é um grande jogador, fazendo a sua história. Quando o vejo no patamar onde está, lembro essa visita ao museu e essa frase. Muito feliz por ele”, frisa.
Na sua residência, Danilo levou um extasiante abanão ao ouvir o selecionador do Brasil eleger o atacante portista para compromissos da canarinha. “Foi arrepiante, muito bom escutar do próprio treinador Dorival o nome dele. Foi incrível, sabia e imaginava que ele estava próximo, mas quando recebi a notícia pela minha esposa foi um grito de alegria. O meu pai também me ligou, era algo que adivinhava. Ele é merecedor. No Brasil, quem conhece Galeno já esperava e ansiava por isso, porque ele tem feito grandes jogos e assinado momentos espetaculares”, explica. “Foi um orgulho para a minha família, mais para mim porque joguei com ele e fomos grandes amigos. Espero que tenha o mesmo sucesso no Brasil que no FC Porto”, perspetiva.
“Não lhe vão cair olhares negativos”
Danilo Alves resume ainda tudo o que sente pelo trajeto traçado pelo antigo parceiro. “Vendo o futebol apresentado, o que tem feito, sabendo do caminho que teve de trilhar, o pouco tempo para chegar onde chegou, a palavra que define isso é extraordinário. É uma trajetória de muita dedicação, ver o que se tornou o Galeno e ver ainda a margem de progressão. Agora queremos que se transforme num grande ídolo da seleção”, sustenta, não valorizando tanto o penálti perdido com o Arsenal. “Não vai mudar nada, a história no FC Porto está a ser construída, ele representa muito para o clube e tem adeptos que o amam e o adoram ver jogar. A chegada à seleção será só lembrada por esse momento fantástico que vive”, expressa.
Para o antigo companheiro, Galeno não cai no “Escrete” de paraquedas. “Não lhe vão cair olhares negativos, foi chamado pelo que tem jogado. Vai brilhar nas eleçã obra si leira,é ex ata mente o ti pode jogador que era necessário, que parte para cima, faz golos de fora da área e dá um desequilíbrio constante. Éo que temo Vinieo Neymar tinha. Ele vai suprir
“Vai brilhar na seleção brasileira, é exatamente o tipo de jogador que era necessário, que parte para cima, que consegue fazer golos de fora da área e dá um desequilíbrio constante. É, no fundo, aquilo que tinham o Vini e o Neymar”
uma necessidade muito grande da seleção, a de marcar golos dentro e fora da área. Vai alcançar também aqui os seus objetivos”, sublinha.
“Hoje joga as duas partes com mesmo nível”
Danilo está atento às qualidades que agitam o jogo e convocam fascínio. “Ele tem uma evolução notória, que na parte física é muito clara. É um jogador com imensa explosão que joga as duas partes com o mesmo nível. A dedicação e o profissionalismo foram aumentando e está muito forte no posicionamento, está sempre nos espaços certos para receber bem a bola com essa capacidade de a dominar girando. Continua a ter que aprimorar a parte defensiva, mas penso que o Sérgio Conceição tem feito um grande trabalho nesse sentido”, ressalva. “A parte tática melhor muito, adaptou-se a formas de jogo e a alguns jogadores. Tem crescido muito e pode alcançar mais do que já alcançou. Ele é muito concentrado, agarra bem as mensagens do técnico, tem a perceção do que ele quer e faz, escutando também os mais velhos”. assinala Danilo ausente do futebol desde o pós-pandemia.