O Jogo

PANTERA CATIVOU SUECOS PELA HISTÓRIA E CAMISOLA

Fredriksso­n, Magnusson e Gunnarsson já vestem de xadrez, mas não são reforços do plantel. São improvávei­s adeptos nórdicos que decidiram adotar o clube do Bessa

- PEDRO CADIMA

A paixão comum de três colegas de trabalho em Estocolmo resultou na ida a Alvalade. Adeptos devotos dos axadrezado­s, nem ficaram chocados com o 6-1, adoraram o ambiente e o golo de Makouta.

Já se sabe que o Boavista fez adeptos pelo mundo pelas camisolas esquisitas e pelo atreviment­o internacio­nal que começou na década de 90, com Manuel José, acentuando-se com a promoção do clube a desmancha-prazeres de graúdos, exaltando orgulho pela conquista de um campeonato, em 2000/01, então com uma equipa de combate armada por Jaime Pacheco. Mais longe da ribalta e menos cómodo hoje na apresentaç­ão de méritos, o clube do Bessa ainda se pode envaidecer do passado, sendo capaz de seduzirade­ptosemRama­lde, Francos e até na Suécia. Peter Fredriksso­n, Ruben Magnusson eSamuelGun­narssonnão­vieram a Portugal para testes no Boavista, não são jogadores ao abrigo de qualquer parceria, são suecos comuns, amigos de vida e de trabalho, que se uniram na escolha de um clube internacio­nal que alavancass­e uma paixão partilhada. Tradiciona­lmentedesa­vindos na discussão de futebol sueco, por terem afinidades diferentes, com Malmo (Peter), Hammarby(Ruben)eGotemburg­o (Samuel) nos respetivos corações, tiveram de procurar outro tipo de consenso. “Somos amigos de longa data, fizemos curso juntos e começámos a trabalhar lado a lado. Apoiávamos diferentes clubes, mas queríamos aprofundar a nossa paixão pelo futebol tendo uma equipa que nos ligasse numa liga europeia. Samuel fez-nos colocar os olhos na Liga Portuguesa e o Boavista escolheu-nos!”, explica Peter Fredriksso­n, brincando com uma decisão que os trouxe recentemen­te a Portugal, passado três anos de graciosa

visão de um amor improvável. Viram juntos, em Alvalade, o Boavista sair ver

gado a copiosa derrota com o Sporting (6-1). Nada que abale ou atormente a escolha feita, e feita para durar, capaz de resistir a deceções ou punições. “Este jogo foi nosso melhor momento como adeptos do Boavista, porque estivemos num estádio cheio de fãs contrários e sentimos o orgulho de levar vestida a camisola axadrezada. Foi uma experiênci­a muito agradável e vibrante, após termos visto o primeiro jogo do Boavista há três anos na Suécia, via streaming”, recorda Peter , que tesepifani­a,

temunhou, tal como os amigos, o compatriot­a Gyokeres a ser o maior carrasco nesse encontro de Alvalade. “Não foi o jogo mais feliz, mas o futebol é assim. Nunca sabemos o que vai acontecer, e o Boavista deunos uma alegria com um grande início e um soberbo golo. Agora estamos desejosos de vê-los a jogar no Bessa. Estaremos com a equipa nos bons e maus momentos”, garante Peter, o nosso interlocut­or nesta surpreende­nte aliança. “A camisola foi realmente a primeira coisa que nos causou impacto. É fantástica. Eu também

adoro aquela mais tradiciona­l que marcou os anos vitoriosos. Finalmente tivemos oportunida­de de comprar as nossas camisolas no Porto”, revela, expondo outras motivações por este abraço de Estocolmo à pantera. “Além da camisola, tivemos a preocupaçã­o de procurar um clube com história, sem fazer escolhas óbvias. Há coisas que não podem ser explicadas, ficámos siderados com o Boavista, e ao vermos jogos, aprendendo mais sobre o clube, vimos que tínhamos feito a escolha certa”, justifica Peter.

“Samuel fez-nos olhar para a Liga Portuguesa e o Boavista escolheu-nos!” Peter Fredriksso­n Adepto sueco do Boavista

 ?? ?? Malheiro e Makouta festejam o golo em Alvalade que fez vibrar os suecos... antes dos seis do Sporting
Malheiro e Makouta festejam o golo em Alvalade que fez vibrar os suecos... antes dos seis do Sporting
 ?? ?? Os três amigos suecos já visitaram o Porto
Os três amigos suecos já visitaram o Porto

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