“A ignorância…
…é a mãe de todos os males”, escreveu na sua época François Rabelais, médico francês, padre, humanista e sublime autor de chufas, que elevou a escatologia e o humor ao limite do absurdo, a fim de satirizar e danar os seus pares do clero e da nobreza. Completou aquele pensamento com o atualíssimo: “É mais difícil esconder a ignorância do que adquirir conhecimentos”. Pensamento que serve que nem luva para a ignorância atual, baseada em preconceitos, que dessabem o bom senso, a razão e a sabedoria A ignorância de hoje é usada como instrumento para manter o obscurantismo no seio do povo, tornando-o mais atreito à distração. Tratando-se de um adjetivo, a insciência nunca esteve tão presente e evidente no seio da nossa sociedade como os resultados eleitorais do passado dia 10 demonstram. Não se estranha, pois, que a turba do futebol enferme do mesmo mal. Dos três tipos de “homo ignorans” existentes, aquele que mais se lamenta é o ignorante que entende que o que o outro sabe é tão relevante quanto o que ele não sabe. De facto, é difícil suprimir a ignorância das pessoas, quando se legitimam discursos de ódio tanto em decisões políticas como desportivas. A única forma de contrariar a ignorância é com educação de qualidade, que abre caminhos para a liberdade e o conhecimento mas, quererá o público do futebol aprender? Algumas mentes vazias, desconhecedoras, resolveram zurzir na opinião expendida terçafeira passada, nestas páginas, sobre lance em que Matheus, guardião do SC Braga, no jogo diante Gil Vicente, atingiu violentamente o colega Serdar. Tal como um asno será sempre um asno, o ignorante que não quer aprender, será sempre ignorante!