AVB quer comissão independente
Candidato revelou que tem “recebido pessoas das claques na sede de campanha” e defende alterações na “operacionalização” do ato eleitoral
Villas-Boas diz estar em “contacto diário” com Lourenço Pinto e vinca “confiança” no presidente da MAG do FC Porto. Contudo, lança outra acusação: “Jogadores são obrigados a assinarem por certos agentes.”
A um mês e três dias das eleições do FC Porto, André Villas-Boas marcou presença em Vizela e, perante cerca de 200 adeptos e sócios dos dragões, defendeu alterações no “modelo de operacionalização” do ato eleitoral do clube, a começar pela possível entrada em cena de uma “comissão independente”. “Até à confirmação das candidaturas, faz sentido ser o presidente da Mesa da Assembleia Geral a tratar. A partir daí, já faz sentido uma comissão independente, de sócios ou subcontratada a uma consultora, tomar conta do processo eleitoral”, sugeriu o candidato à liderança azul e branca. “Numa votação onde são esperadas 25 ou 30 mil pessoas, é preciso dar resposta a um sem fim de perguntas: credenciação, testes de segurança, selagem de portas, contagem de urnas e por aí fora”, enumerou AVB, sem retirarconfiançaaLourençoPinto. “Tem de haver transparência e estamos em contacto diário com o presidente da MAG. Acreditamos nele e nas pessoas que estão a montar o ato eleitoral”, ressalvou.
No sentido de precaver a adesão recorde que tem sido projetada, o FC Porto deverá disponibilizar cerca de meia centena de mesas de voto no Estádio do Dragão,quevaireceberosufrágio a 27 de abril. Um dia no qual Villas-Boas conta com os votos de alguns elementos das claques. “Tenho recebido em sede de campanha muitas pessoas dos Super Dragões e do Colectivo, que preparam o apoio de forma individual e crescente”, revelou o candidato, lembrando que “é assim que funciona a democracia”. “Há divisão para depois haver união. O bem comum é o bem do FC Porto. Não podemos continuar mais quatro anos assim por gratidão”, atirou André.
Novamente questionado por alguns sócios sobre o tema das comissões pagas a agentes de jogadores, AVB falou em “opressão”. “Há jogadores que estão a ser obrigados a assinarem por determinados agentes, seja para renovar, seja para continuar a jogar”, denunciou. Villas-Boas revelou, ainda, o motivo que conduziu à alteração da data de apresentação (de 3 para 2 de abril) do projeto do centro de alto rendimento que espera erguer no Olival. “A 3 de abril, o FC Porto foi campeão às escuras na Luz. Era para assinalar esse aniversário. Será um dia antes, em Lisboa, porque no dia 3 há jogo da Taça”, justificou, referindo-se aos sócios radicados na capital como “guerreiros”.
A fechar, um apontamento curioso. Ao abordar as mudanças constantes no “ecossistema do futebol” e o “sentimento de nostalgia” daí decorrente, Villas-Boas revelou ter comprado recentemente “uma camisola do FC Porto de 1996”, com estampagem nas costas. O jogador? Sérgio Conceição...
“Não podemos continuar mais quatro anos assim por gratidão”
André Villas-Boas Candidato a presidente do FC Porto