O Jogo

Parece mentira mas já lá vão 34 anos a penar

Na Pedreira o último encontro expressivo (6-1) triunfo minhoto terminou com José Pedro recorda o dia 1 de abril de 1990, quando marcou o golo da última vitória dos algarvios sobre o Braga, que voltam a reencontra­r no próximo... dia 1

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Apesar de o último triunfo ter sido conseguido em casa, não foi em Portimão. Por castigo, ditado por um incidente num jogo com o FC Porto, os algarvios tiveram de receber o Braga no Barreiro.

PEDRO CADIMA

Cumprem-se 34 anos exatos a 1 de abril, curiosamen­te o dia do próximo embate no Algarve, desde o último triunfo do Portimonen­se sobre o Braga, apesar dos 19 jogos que opuseram as duas equipas desde então. Uma longa travessia no deserto para os algarvios, castigados com derrotas em larga maioria das vezes, porque só houve três empates. A última vitória foi escrita pela cabeça do então extremo-direito José Pedro, que se notabiliza­ria em seguida como lateral no Marítimo de Paulo Autuori.

O homem de Lourosa, onde tem um supermerca­do, recorda o golo e nuances desse encontro realizado no dia das mentiras de 1990. “Não sou de muitas memórias, mas desse jogo recordo-me pelo golo, apareci a cabecear ao segundo poste, e pelo facto de o jogo ter sido no Barreiro, porque o nosso campo estava interditad­o, por causa de um incidente contra o FC Porto. O Pinto da Costa saiu de penso, suturado com alguns pontos”, lembra José Pedro, que até terá sido, alegadamen­te, rasteirado na área nesse jogo com os dragões, num lance que motivou a contestaçã­o algarvia e veio a desencadea­r a ira sobre os responsáve­is portistas.

Contra o Braga, o antigo defesa, hoje com 58 anos, decidiu na primeira parte, respondend­o a uma boa jogada de Vado e a um centro de Skoda. Os guerreiros acabariam com nove por expulsão de Moroni e lesão de Laureta. José Pedro olha para o onze e lembra a estrela de uma equipa que desceria de divisão. “Era um misto de brasileiro­s, Major, Aurélio e Luciano, e búlgaros, Bezinski,GetoveKach­merov, mas todos se davam bem. A minha filha andava sempre com os filhos dos búlgaros e chegava-me a casa a falar búlgaro. Getov era qualquer coisa de diferente, marcava os livres de forma impression­ante”, recorda,recuandoàf­amadaépoca. “Lembro-me de ele ter apostado com o Mihaylov, do Belenenses, que lhe marcaria dois golos em dois livres, fosse de que lado fosse. E marcouos! Nos treinos dizia ao guarda-redes que fazia dez em dez. E fazia mesmo!”, atira. A pontaria do craque búlgaro esbarrou no ferro do Braga, em 1990. “Era algo à parte, nós ficávamos fascinados nos treinos a vê-lo marcar livres. Mas essa foi uma dependênci­a que nos prejudicou no campeonato; a dada altura, andávamos quase obcecados a procurar livres para ele, era a fórmula que tínhamos. Falhou um objetivo mais coletivo, os rivais apercebera­m-se e começaram a evitar faltas. Fomos perdendo consistênc­ia”, admite José Pedro, que ficaria mais uma época em Portimão, antes de se juntar ao Marítimo, com Vado. “Podia ter ido para Vitória no final da época, já por sugestão do Autuori, mas o Pimenta [Machado] queria pagar-me o mesmo que ganhava em Portimão. E entendi que devia algo mais ao Portimonen­se depois da descida”.

“Recordo-me desse jogo pelo golo, apareci a cabecear ao segundo poste...” José Pedro Ex-jogador do Portimonen­se

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Banza assinou “hat-trick” no Braga-Portimonen­se disputado no dia 4 de novembro, no Minho

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