CORAÇÃO MEIO CHEIO
Miguel Oliveira teve o maior apoio de sempre no Grande Prémio de Portugal e foi nono numa corrida ganha por Jorge Martín
“Não tenho palavras para descrever o apoio do público. Estou de coração cheio”, declarou Miguel Oliveira. Portimão recebeu mais de 180 mil pessoas, mas o português foi nono e podia ter sido sexto.
Jorge Martín liderou o ●●●
Grande Prémio de Portugal da primeira à última volta e passouparaafrentedoMundialde MotoGP, mas em Portimão os aplausos foram para mais dois heróis: os dos estrangeiros para o sensacional Pedro Acosta, “rookie” que animou a corrida e foi terceiro, os nacionais para Miguel Oliveira, que viu estragar-se a cinco voltas do fim uma recuperação ao som de aplausos de muitos milhares, pois a quinta edição em Portimão bateu o recorde de assistência, com mais de 180 mil pessoas em três dias.
“Teria muito mais prazer ao mostrar a bandeira de chegada ao Miguel Oliveira, com todo o respeito pelos outros, alguns meus amigos”, disse antes da partida José Mourinho, anunciado como “Special One” e o mais famoso dos convidados, achando que isso seria um milagre “e eles não acontecem todos os dias”. As palavras revelaram-se depressa acertadas. Enquanto Martín dominava na frente, Oliveira fez uma excelente partida e logo na primeira volta subiu de 15.º a 11.º. Embora tendo a maior velocidade de ponta – atingiu os 350,6 km/h, recorde da corrida –, esperou pela sexta volta para superar Alex Rins e só na 18.ª ultrapassou a segunda Yamaha, a de Fabio Quartararo. O português era nono quando foi atacado por Marco Bezzecchi, que lhe estragou a tarde.
“Colocou-se ao meu lado no final da reta da meta, o efeito de sucção na travagem foi enorme e eu segui em frente. Fora da trajetória não consegui parar a moto e perdi posições, já sem hipóteses de recuperar. Se tivesse continuado na frente do Bezzecchi iria ao sexto lugar”, contou Oliveira, com razão. Com as quedas na frente, o italiano foi sexto e da sua manobra ainda se aproveitaram Quartararo e Espargaró.
Sendo 14.º no Mundial, de positivo Oliveira viu que tem “a moto mais competitiva”. “É um sinal, mas a equipa precisa de melhorar, de dar uma moto melhor e não está a encontrar o caminho. Tenho de continuar a trabalhar, não perder a paciência nem o ânimo. O foco é no Texas conseguir melhorar o resultado de Portugal”, contou, com uma palavra para os que o apoiaram: “Foi fantástico, só presenciei isto uma vez ecomumtipochamadoValentino Rossi. Nunca vi um circuito inteiro a gritar apenas o nome de um piloto. É um privilégio correr em Portugal e contar com os melhores fãs do mundo”.
“Um apoio assim só vi com um tipo chamado Valentino Rossi. Estou de coração cheio” Miguel Oliveira Trackhouse Racing