O Jogo

Pelas estrelas de Portugal com bandeira da Madeira

Esloveno Usnik jogou no União da Madeira, casou com uma portuguesa, ficou na ilha e há três anos voltou ao seu país para ser adjunto. A família estará esta noite em Ljubljana

- PEDRO CADIMA

Antigo médio do União, com filhos nascidos no Funchal, fala da loucura por Cristiano Ronaldo e de uma Seleção Nacional que coloca entre os três favoritos à vitória no Campeonato da Europa.

Em Ljubljana, Portugal quer dar seguimento a campanha irrepreens­ível e totalmente vitoriosa com Roberto Martínez e contará com apoio de uma família quase cem por cento portuguesa num estádio que depressa esgotou. Anton ‘Toni’ Usnik, antigo médio do União da Madeira em 2004/05, regressou mais tarde à ilha, casou com uma madeirense e lá viveu oito anos, tendo voltado à Eslovénia nos últimos três anos, onde trabalhou como adjunto no Celje, sub-19 do Olimpija Ljubljana e, até esta semana, no Krka, tendo o técnico principal, Agron Salja, acabado de se demitir.

Toni e Cristina são pais de uma menina de dez anos, de um menino de cinco, nascidos no Funchal, e toda a família estará nas bancadas. “Vamos ver todas as estrelas de Portugal e vamos com todas as bandeiras, de Portugal, da Eslovénia e da Madeira”, afirma Toni, agradado com o regresso de Cristiano Ronaldo neste jogo. “Claro, é ele em parte a explicação deste jogo ter esgotado em quatro minutos quando disponibil­izaram ingressos online. Venderam-se os 16 mil lugares entre 300 mil pedidos. Ou seja, o estádio encheria se tivesse lotação para 50 ou 60 mil!”, garante. “É um exemplo por tudo. No futuro não devemos ver uma carreira parecida à dele. Envolveu muita dedicação e muitos sacrifício­s e visão de longo prazo. O meu filho já tem uma camisola do Cristiano, o futebol faz parte da nossa vida, a minha filha também o adora. E a minha mulher nem se fala”. “Tivemos sorte de o ter cá, pensei que podia ter sido utilizado apenas com a Suécia. É uma loucura este jogo acontecer ainda antes do final da sua carreira. Na Eslovénia, pelo que vejo de miúdos, é tudo mais Ronaldo que Messi”, assegura.

“É um ótimo adversário para a Eslovénia medir onde está a sua qualidade, fica mais fácil perceberem o que podem fazer no Europeu. Portugal é um dos grandes favoritos a vencer, com França e Alemanha, que a jogar em casa deverá fazer boa prova. Mas Portugal é quem tem mais jogadores de nível alto”, vinca Usnik, escalonand­o as referência­s. “Começando atrás, há o Rúben Dias, um central de grande qualidade, um líder já pela sua personalid­ade. Depois há o Bernardo, o jogador que mais gosto, porque joga em todas as posições e encontra sempre soluções fantástica­s dentro do jogo. E há o Bruno Fernandes. Atualmente estes são os chefes, havendo Pepe que mantém um nível impression­ante”, avisa, não se contendo em nomes. “Mas têm Félix, esse miúdo incrível queéo João Neves. Portugal deve ser a única seleção que pode mudar sete ou oito jogadores e não se ressentirá muito. O treinador tem trabalho fácil por um lado, difícil por outro”, reconhece Usnik, bem documentad­o sobre o futebol português, mesmo a viver na Eslovénia, sabendo que também há uma estreia à vista: Francisco Conceição. “É o favorito do meu filho depois do Ronaldo. Gosta de fintar, é rápido e ágil. O meu filho adora-o, porque é sempre aquele pequenino entre os grandes. Está afazer uma grande época pelos jogos que vejo. Vamos ver se o FC Porto o consegue recuperar de vez”, atira, falando dos afetos clubístico­s na casa Camacho/Usnik. “Hoje é tudo mais Benfica, porqueéo clube da minh amulhere da família. Mas fui sem premais FC Porto, por causa doZahov ice porque era a equipa dominante quando joguei em Portugal. E, mais, tenho uma grande memória do calcanhar do Madjer em Viena”.

Entretanto, Cristina, mulher de Usnik, foi a tradutora da conferênci­a de Imprensa de ontem da Seleção Nacional, sentando-se ao lado de Vitinha e Roberto Martínez.

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