O Jogo

Di María repensa regresso ao Rosario

Ameaças à família fazem o jogador ponderar o retorno prometido ao clube de formação, o que pode abrir a porta à sua continuida­de na Luz

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As autoridade­s estão a investigar mensagens ameaçadora­s para a família do camisola 11. Futuro está cada vez mais em aberto, sendo que Arábia Saudita e Estados Unidos são outras opções em cima da mesa.

FEDERICO DEL RIO RITA DA SILVA VIEIRA

Se o regresso de Di María ao Rosario Central era um dado praticamen­te adquirido, depois do jogador argentino ter dado o “sim” verbal ao clube de formação, as ameaças feitas à sua família na madrugada de ontem podem alterar tudo o que estava planeado.

Por volta das duas da manhã de ontem, um carro parou junto ao condomínio onde costuma ficar a família de Di María quando estão em Rosario, terão sido disparados tiros e foi atirada uma bolsa com uma mensagem dirigida à família do extremo. “Diz ao teu filho Ángel que nunca mais volte a Rosario, porque senão matamos-lhe um familiar. Nem Pullaro [governador da província de Santa Fé] te irá salvar. Nós não atiramos papéis, atiramos a tiro e para matar”, dizia a mensagem citada pela “Infobae”. Todo este episódio foi filmado pelas câmaras de vigilância, sendo que a polícia argentina já comunicou que está a investigar toda a situação para tentar identifica­r os responsáve­is. De resto, o intendente de Funes [local onde está o condomínio] já veio criticar “energicame­nte o ato de intimidaçã­o contra a família de Ángel Di María”. “Para mim, este é um assunto claramente futebolíst­ico. O ato aconteceu cerca das 2h30 da manhã. E algumas horas depois já tínhamos a matrícula do carro, que parou numa bomba de combustíve­l para abastecer. Eram duas pessoas, um homem e uma mulher. Parece-me que seja uma coisa de adeptos de outros clubes. Isto é feito para o Di María não voltar ao Rosario Central” disse à rádio Aire de Santa Fé.

As ameaças dirigidas aos familiares do camisola 11 surgem depois de Di María ter apelado à paz na cidade, depois de mais um caso de violência naquele que é o local com maior taxa de homicídios na Argentina. Ora, como o nosso jornal já tinha noticiado, a violência e instabilid­ade para a família de Di María podia ser um dos fatores que o levaria a repensar a escolha para a próxima temporada. Até por esse motivo, algumas horas depois o Rosario Central emitiu um comunicado a pedir “que se identifiqu­em e castiguem os responsáve­is” por este incidente, apontando sentir-se “diretament­e prejudicad­o”.

Benfica atento, EUA e Arábia são hipóteses

O Rosario Central sempre foi o plano A de Di María para a próxima temporada. O jogador já falou publicamen­te da sua vontade de regressar ao clube onde tudo começou, mas a onda de violência pode afastálo e fazê-lo mudar de ideias. Em final de contrato com o Benfica, Di María tem assim o futuro em aberto, sendo que o clube da Luz está a acompanhar a situação e dada a influência que poderá ter na possível renovação de contrato consoante o que decorrer até ao final da época. Rui Costa e o argentino estão em diálogo e o tema deverá ser discutido nas próximas semanas. Por outro lado, há dois mercados que podem tornar-se aliciantes para o extremo: a Arábia Saudita, pelos valores oferecidos, mas também os Estados Unidos, onde jogam vários jogadores em final de carreira como Luis Suaréz, Jordi Alba e Sergio Busquets, mas principalm­ente Lionel Messi, grande amigo do argentino, que alinham pelo Inter Miami.

Di María está nesta altura ao serviço da seleção argentina juntamente com Otamendi, nos Estados Unidos. O camisola 11 foi capitão da sua seleção no jogo com El Salvador e é opção para o jogo com a Costa Rica, esta madrugada, às 2h50.

“Diz ao teu filho Ángel que não volte a Rosário, porque senão matamos-lhe um familiar”

Mensagem para a família de Di María

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Di María estava nos Estados Unidos na altura das ameaças

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