O Busquets do CdP

Júnior Franco, médiocentro do Marco 09, joga como um “6” mas pensa como um “10”.

Quase três anos depois de duas lesões gravíssimas, voltou a jogar 90 minutos. Foi jovem promessa do Vitória SC, assinando um contrato profissional ainda como juvenil. No entanto, o crescimento e a evolução, não foram os esperados. Um conjunto de más decisões levaram a que acabasse no Campeonato de Portugal, a jogar quase de graça. A capacidade de trabalho e de superação fizeram com que voltasse a assinar contrato profissional, pelo Famalicão, e daí em diante jogou em vários clubes da II Liga. Não fosse o azar de ter duas roturas do ligamento cruzado anterior, provavelmente jogaria na I Liga. Nas adversidades, o Júnior encontra forças para trabalhar mais e melhor, aparecendo cada vez mais forte. Espero que me permitam o atrevimento, mas aos meus olhos, para a minha ideia de jogo, o Júnior seria o “Busquets” das minhas equipas. Não sendo o mais rápido, ágil ou explosivo dos jogadores a mexer-se, o cérebro de Júnior é incrível em cada ação com a bola, adivinhando o melhor posicionamento a cada perda da posse. Um trinco que não é trinco, um jogador a quem se entrega a responsabilidade de ligar a equipa, de filtrar o início das jogadas, de as pausar, quando e se necessário, e de inventar soluções para outros – os mais velozes, os mais criativos, os mais técnicos – poderem brilhar. Líder e profundo conhecedor do jogo, ele é a extensão do seu treinador em campo. Se virar treinador, será muito melhor do que foi como jogador.