Racismo atira Vinícius ao chão
Avançado do Real Madrid desabou em lágrimas e assumiu ponderar deixar o futebol devido aos abusos
Dani Carvajal, colega do atacante brasileiro nos merengues e adversário no particular desta noite, considera que Espanha “não é um país racista” e que os insultos desse teor são apenas provocações.
BRUNO VENÂNCIO
O tema do racismo tem sido uma constante na passagem de Vinícius Júnior pelo Real Madrid e voltou a estar em foco na antevisão do particular do Brasil com Espanha em pleno Estádio Santiago Bernabéu - e que terá como lema a campanha “Uma só pele”, dedicada precisamente a essa temática. Numa intervenção forte, o avançado canarinho não aguentou e desabou em lágrimas, assumindo mesmo já ter pensado em abandonar o futebol.
“É algo muito triste e que acontece aqui a cada jogo e a cada dia. Luto para que num futuro próximo isto não volte a acontecer a ninguém. Levo muito tempo a ver isto e cada vez me sinto mais triste, cada vez tenho menos vontade de jogar. Jogar futebol é muito importante, mas a luta contra o racismo é importantíssima. Quero que as pessoas negras possam ter uma vida normal, como as outras. Quero continuar só por isso; se fosse só por mim, já teria desistido, porque em casa ninguém me ofende”, frisou, garantindo no entanto que não pensa deixar La Liga porque “estaria a dar aos racistas o que eles querem”: “Estou convencido que Espanha não é um país racista, mas existem muitos racistas e muitos deles estão nos estádios.”
Questionado sobre o assunto, Dani Carvajal, colega de Vinícius Júnior no Real Madrid e seu adversário na partida desta noite, considera igualmente que Espanha “não é um país racista”, atribuindo os ataques desse teor a uma necessidade de insultar “com aquilo que sabem que dói”. “Essas pessoas não devem entrar mais nos estádios”, sentenciou o lateral-direito do Real Madrid.
“Se fosse por mim, já teria desistido, porque em casa não me ofendem” Vinícius Júnior Avançado do Brasil