O Jogo

“REGRESSO É COMPLICADO, HÁ CLUBES INTERESSAD­OS”

Matheus Índio está a realizar uma grande época no Vojvodina e os sérvios querem exercer a opção, mas não está descartado voltar ao Vitória, com o qual tem contrato até 2025

- MANUEL CASACA

Médio brasileiro garante que os adeptos do V. Guimarães não viram todo o seu potencial, lamentando as poucas oportunida­des que teve, depois de ter dado nas vistas ao serviço do Trofense.

Emprestado ao Vojvodina, Matheus Índio está a realizar uma época notável. Apesar de ser médio-defensivo, já marcou dois golos e fez uma assistênci­a, em 17 jogos. As boas exibições chamaram a atenção de outros emblemas e o clube sérvio também pretende exercer o direito de opção, estando, por isso, em dúvida o regresso ao Vitória, clube com o qual tem contrato até 30 de junho de 2025.

Que balanço faz da época no Vojvodina?

—Está a ser uma experiênci­a muito boa. Adaptei-me bem ao futebol daqui, apesar das dificuldad­es por causa do estado dos relvados, mas estou a fazer uma época muito boa.

Quais são as principais diferenças para o futebol português?

—O futebol sérvio é muito rápido, não tão pensado como em Portugal, mas o que mais dificulta são os relvados, porque torna-se difícil jogar. É um futebol muito físico, com muitos duelos.

Em que posição tem jogado?

—Tenho jogado sempre como médio-defensivo. Fiz apenas um jogo como central.

Como correu a adaptação à cidade e ao país?

—A cidade [Novi Sad] é muito boa. O que complica bastante é a língua, mas adapteime bem, porque tenho colegas espanhóis e falo um pouco de inglês, até porque estou a ter aulas. As pessoas do clube ajudam-me muito.

Curiosamen­te, marcou os dois primeiros golos na Europa...

—Marquei dois golos, e ambos decisivos para a

equipa, por incrível que pareça [risos]. E fiz ainda uma assistênci­a. A época está a correr bem.

Descreva esses golos...

—O primeiro golo, contra o Radnicki, foi fruto de uma jogada trabalhada pelo nosso então treinador, o Ranko Popovic, que foi para o Kashima Antlers, do Japão. Na sequência de um canto, desviei a bola e marquei. O segundo golo foi contra o FK Vozdovac, num jogo em que preciminha

sávamos de ganhar, porque vínhamos de uma sequência muito complicada de resultados, com um treinador novo, o Bozidar Bandovic. Marquei e iniciámos a reviravolt­a, conseguind­o uma vitória muito difícil. O golo surgiu na sequência de um canto. Eu estava posicionad­o ao segundo poste, a bola sobrou para mim e só tive de empurrar.

Pensa no regresso a Guimarães e ao Vitória?

—Penso no regresso, mas sei que vai ser um pouco complicado. Tenho mais um ano de contrato com o Vitória, mas o Vojvodina quer acionar a opção de compra do meu passe. Além disso, tenho outros clubes interessad­os, de outros países, e isso está a ser tratado pelo meu empresário [Nélson Almeida]. Vamos conversar e ver o que é o melhor para mim. O que posso dizer é que estou a pensar em chegar a patamares mais altos. Almejo coisas grandes na

vida.

Sente que em Guimarães não viram o seu valor?

—Os adeptos do Vitória não viram todo o meu potencial. Queria mostrar o meu valor, mas não me deixaram, e isso fez com que tivesse passado um momento difícil lá. Poucas pessoas sabem disso. Queria muito mostrar o meu valor e tudo fiz para merecer uma oportunida­de, porque sei o meu valor. Fiz uma grande época no Trofense e

não entendia por que razão não tinha oportunida­des. O futebol é assim, e a vida segue. Fui sempre muito trabalhado­r e dedicado.

Tem acompanhad­o a época do V. Guimarães?

—Sim, sim. Vejo todos os jogos, fico a torcer e a vibrar pelos meus companheir­os. Construímo­s uma família muito boa lá. Falo com os meus companheir­os e doume bem com todos os jogadores do Vitória.

“Os adeptos do Vitória não viram todo o meu potencial. Queria mostrar o meu valor, mas não me deixaram”

Matheus Índio Médio do Vojvodina

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Matheus Índio marcou dois golos pelo Vojvodina e, apesar de ter contrato com o Vitória, não sabe se voltará

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