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Permanência pode ser garantida contra a Sanjoanense, rival que, segundo Pedro Matos, está “atravessado”
O extremo de 27 anos está no Fafe há três épocas e meia, tendo ajudado o clube a subir do Campeonato de Portugal à Liga 3. Com quatro golos e quatro assistências, o futuro pode ser noutro patamar.
O Fafe discutiu o apuramento para a fase de subida até à última jornada da etapa regular, mas falhou esse objetivo, liderando agora a Série 1 da fase de manutenção. A permanência será festejada no próximo fim de semana em caso de vitória contra a Sanjoanense, desfecho que não se verificou nos restantes três duelos desta época. Para Pedro Matos, um dos capitães do grupo, o Fafe tem evoluído de ano para a ano e, a curto prazo, a ideia é chegar à II Liga.
Está no Fafe desde a criação da Liga 3. É o jogador mais antigo do clube?
—Estou há três épocas e meia e ainda festejei a subida à Liga 3. Sou o segundo mais antigo, atrás do guarda-redes Luís Ferreira, que está cá há 12 anos.
O que sente em relação à evolução da equipa nestes últimos anos?
—Este ano notou-se uma evolução, pois tivemos a entrada de investidores. Aquilo que nos últimos anos tinha sido por vezes um problema, em relação a atrasos de salários ou ordenados mais baixos, este ano não acontece. Há mais estabilidade por parte da Direção e da SAD. O principal objetivo era assegurar a manutenção o mais rapidamente possível. Não conseguimos ficar nos quatro primeiros, mas agora está praticamente assegurada. Em relação ao futuro, o objetivo passa por chegar à II Liga, não sei se no próximo ano ou se daqui a dois.
O Fafe está em primeiro. Quais as vossas ambições até ao fim da época?
—Faltam-nos cinco jogos.
Vamos tentar ser a melhor defesa e o melhor ataque desta fase de manutenção. Ganhando o próximo jogo, matematicamente já fica garantido o objetivo. A seguir vamos tentar fazer o maior número de pontos.
Prevê fazer já a festa contra a Sanjoanense, no sábado?
—Temos nove pontos de vantagem para o Vianense. Ainda não conseguimos ganhar à Sanjoanense este ano e queremos muito ganhar-lhes por causa disso, pois foi das poucas equipas que ainda não conseguimos derrotar e isso está-nos um bocadinho atravessado na garganta. Na fase regular foi mais demérito nosso do que mérito deles. No primeiro jogo estivemos o tempo quase todo com mais um jogador e estávamos a ganhar 1-0, mas na parte final sofremos o empate. Em casa voltamos a sofrer o empate. São jogos... Agora queremos provar que somos superiores e fazer a festa.
Está na mesma série do Trofense, clube da cidade onde nasceu. Como são esses jogos?
—Cresci na Trofa, fiz parte da minha formação no Trofense. É um clube que me diz muito, gosto sempre de jogar lá, dá-me mais motivação, porque há um sentimento especial. De um modo geral, os adeptos gostam de mim e respeitam-me. Sempre fui bem recebido e nunca ouvi bocas.
Faz parte do lote de capitães. Que responsabilidades tem no balneário?
—Sendo uma das pessoas que já está aqui há mais tempo, e mesmo tendo o Bruno Monteiro como capitão e eu como vice, tento passar o que é a mística do clube, que tem uma massa associativa muito grande, e uma imagem de exemplo. Os adeptos são muito agarrados ao clube e gostam que esteja bem. Quando não corre bem há um bocado mais de crítica, o que é normal, e há que saber lidar com isso, pois se estiver tudo bem as pessoas apoiam muito o clube.
Leva quatro golos e quatro assistências, sendo o melhor a assistir da fase de manutenção. Significa que não é egoísta?
—Penso que não [risos]. Gosto de marcar golos e de assistir. Tento ajudar a equipa da melhor forma possível. Sou um extremo que gosta de jogar em zonas interiores e mais avançadas, forte no drible, entre linhas, no último passe e gosto de aparecer na área.
Este é o clube que representa há mais tempo como sénior. Sente-se feliz aqui, o futuro passa pelo Fafe?
“Notou-se uma evolução, pois tivemos a entrada de investidores. Aquilo que nos últimos anos tinha sido por vezes um problema, em relação a atrasos de salários ou ordenados mais baixos, este ano não acontece”
—Sinto-me feliz aqui. Já sabia o que era o clube, que andava no Campeonato de Portugal sempre a tentar subir à II Liga, por isso abracei este projeto quando saí da Grécia. Para o ano não sei, vamos ver o que aparece. Gostava de jogar noutros patamares. A Liga 3 passa uma boa parte dos jogos no Canal 11 e pode ser que surja algo de II Liga ou do estrangeiro.
“Ainda não conseguimos ganhar à Sanjoanense este ano e queremos muito ganhar-lhes por causa disso”
A nível de treinadores, quem mais destaca?
—Tive vários, mas gosto do nosso, o Luís Pinto, que é ambicioso e tenta colocar sempre muito profissionalismo e dedicação nos treinos, o que motiva o plantel.