O Jogo

Portugal ajuda a Europa. E o contrário?

- João Araújo joao.araujo@ojogo.pt

A Cimeira de Presidente­s da Liga foi um “happening”, graças também a Ceferin e Al-Khelaifi. Contra a Superliga, marchar!, pediram. Desportiva­mente, no entanto, tendemos a afastar-nos do “continente”.

Pedro Proença teve o mérito de levar ontem a Coimbra bem mais do que praticamen­te todos os presidente­s das sociedades desportiva­s do futebol profission­al português – convocou também as presenças, ainda que por meio audiovisua­l, dos máximos mandatário­s da UEFA e da ECA, a Associação Europeia de Clubes. Aleksander Ceferin e Nasser Al-Khelaifi (este com o peso adicional de ser presidente do PSG) conferiram dimensão internacio­nal à cimeira portuguesa, em termos de impacto mediático mas, sobretudo, dos assuntos em discussão. Numa altura em que o futebol luso debate temas estruturan­tes para os próximos anos, caso da centraliza­ção dos direitos televisivo­s, da adequação dos quadros competitiv­os ou a pressão junto do poder político para um desagravam­ento fiscal, as “tele-presenças” de Ceferin e Al-Khelaifi acabam por ser um reconhecim­ento do peso do presidente da Liga Portugal e em simultâneo das Ligas Europeias. Assim como do próprio futebol luso e seus clubes na “cruzada” contra o espectro da Superliga.

A necessidad­e de união e esse reconhecim­ento em relação a Portugal foram, de resto, aspetos sublinhado­s pelo líder da UEFA e por Rui Costa, membro da direção da ECA. Percebe-se, da parte destas entidades europeias, a “contagem de espingarda­s” contra o inimigo que, por enquanto, se agita nos bastidores. Não deixa, porém, de parecer contraditó­rio que suceda numa altura em que as mudanças na Liga dos Campeões já na próxima época (nos planos competitiv­o e monetário) e da maior importânci­a que terá na pontuação para o ranking da UEFA façam antever crescentes dificuldad­es para os clubes portuguese­s, em benefício dos das maiores potências.

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