“QUEREMOS O PRIMEIRO LUGAR”
Equipa de João Pereira foi a única a derrotar o líder Lourosa nesta fase e o treinador só quer parar na II Liga
Pelo segundo ano a disputar a subida, depois de o ter feito com o Amora, o treinador mais jovem das três principais ligas portuguesas sente-se mais confiante, aprendendo com os erros.
Superado o mau arranque na fase de subida à II Liga, com uma derrota por 2-0 frente ao Braga B – o próximo adversário –, o Alverca está em segundo lugar, em igualdade pontual precisamente com os minhotos, tendo somado pontos em todas as restantes jornadas. Na ronda passada, a formação ribatejana expressou a boa forma ao impor a primeira derrota ao líder Lusitânia de Lourosa (3-1). João Pereira, treinador conimbricense de 32 anos que está pelo segundo ano consecutivo a disputar a subida (a anterior foi pelo Amora) assume que o objetivo é subir e ficar em primeiro.
O Alverca foi a primeira equipa a derrotar o Lourosa nesta fase de subida. Qual foi o segredo para esta façanha?
—Acima de tudo foi a crença dos jogadores e respeitar a estratégia que foi construída ao longo da semana. Vencemos um adversário que ainda ninguém tinha vencido nesta fase, mas já tínhamos vencido outros adversários que ninguém batera ainda. Quebrámos o enguiço perante o Lourosa, que está em primeiro lugar e é uma das melhores equipas deste campeonato. É algo que nos deixa satisfeitos.
O Lourosa teve um jogador expulso, jogou com menos um, isso facilitou?
—Não alterou a nossa estratégia. Jogar com menos um é relativo, há vários exemplos em que quem está com mais um nem sempre tem o domínio do jogo. O Lourosa teve mais bola, mas nós tivemos mais oportunidades, criámos mais perigo e podíamos ter feito o 3-0 ainda na primeira parte do jogo.
Começaram com uma derrota e depois amealharam sempre pontos. O que aprenderam aí?
—Em todos os jogos temos aprendido algo, tentando não repetir os erros. Esse primeiro jogo, contra o Braga B, foi algo atípico. Foi de manhã [11h00], foi o primeiro desta fase, ainda sem grande ambiente. Tanto nós como o Braga, que ainda não conta com a presença de um número significativo de adeptos, ao contrário de adversários, como o Lourosa, o Varzim ou a Académica, não conseguimos levar muitos ao estádio. Não houve um ambiente estimulante para a competitividade e a intensidade do próprio jogo.
Curiosamente, o próximo jogo é contra o Braga B. Sentem-se mais preparados para vingar o desaire da primeira volta?
—Mais preparados e mais confiantes. O Braga é uma casa que conheço bem, conheço alguns dos jogadores, têm um excelente treinador, o Custódio, que está a fazer um bom trabalho, mas não são uma equipa imbatível. Têm jogadores jovens, mas são maduros na forma como jogam. Já perderam contra o Varzim fora de portas e temos isso assinalado. Vamos querer conquistar os três pontos em nossa casa.
Em caso de vitória, o Alverca pode isolar-se no segundo lugar e até acabar a jornada em primeiro. Será um jogo decisivo?
—Queremos o primeiro lugar, mas o foco maior tem de ser conquistar os três pontos contra o Braga B, mostrando mais competência do que na primeira jornada. Estamos mais competitivos, mais maduros, e temos um grupo ainda mais forte do que na primeira jornada.
Este ano sente-se mais
confiante para chegar à II Liga, depois de na época passada ter disputado esta fase com o Amora?
—Como qualquer treinador ou jogador estou mais forte de uma época para a outra. Somos uma equipa técnica que trabalha de forma exaustiva, metódica, refletindo sobre o que acontece no passado para não repetirmos os mesmos erros. Temos um grupo mais forte do que no Amora, não do ponto de vista qualitativo e técnico, mas em termos de mentalidade e personalidade, o que também nos dá mais confiança. No Alverca estamos numa estrutura maior e está toda a gente alinhada para conse
“Conheço alguns dos jogadores do Braga B, têm um excelente treinador, o Custódio, que está a fazer um bom trabalho, mas não são uma equipa imbatível”
guir o objetivo de subir de divisão.
A vantagem de cinco pontos dá conforto para ir pelo menos ao play-off?
—Não dá conforto nenhum. Faltam sete jogos, só agora é que deu a volta. A Académica tem dos melhores plantéis da Liga 3, com o maior estádio e uma massa adepta gigante; o Felgueiras, com todo o ambiente que consegue criar dentro de portas, também tem um plantel recheado de qualidade, em continuidade com o seu treinador. É muito mais fácil trabalhar com grupos que têm uma continuidade. São equipas que vão lutar até ao fim, ninguém vai relaxar.
João Pereira