Palavras que pesam nas pernas
Claro que o dérbi será decisivo, seja qual for o resultado. Admiti-lo ou não é estratégia, mas ambos os treinadores querem entrar a mandar.
1
Como todos os jogos importantes, o dérbi lisboeta teve “aquecimento” nas conferências de Amorim e Schmidt – um quis desdramatizar o peso do jogo nas contas do título, outro apontou o caráter decisivo. Friamente, tendo o Sporting uma bala extra no tambor (jogo em atraso com o Famalicão), decisivo é para o Benfica, que ficará a quatro pontos (poderão ser sete) se perder. Numa visão emocional, subjacente ao discurso de Amorim sempre que refere a necessidade de amadurecimento do grupo, quem sabe o efeito que terá um triunfo das águias em ambos os lados... A história diz que estas ganharam mais vezes dérbis determinantes para o título e em anos recentes também na casa dos leões, embora estes se tenham imposto na época do seu último título. No “pré-match”, uns recusaram o peso do encontro, outros abraçaram-no, mas hoje, no campo, vão querer ambos mandar desde início.
2
O Braga-Arouca faz lembrar a velha anedota do “antes de ser já o era”: a dias de soar o apito inicial, começou a viver-se uma situação inusitada pelo facto de o treinador da equipa da casa saber que está a prazo e no fim do consulado de sete jogos o lugar será ocupado pelo adversário de hoje. A forma como foi conduzida a contratação de Daniel Sousa pelos minhotos deixou a desejar, tendo já sido suficientemente dissecada. Rui Duarte, o anfitrião, e Daniel Sousa, o visitante e próximo homem do leme dos guerreiros, tiveram, contudo, abordagens descomplexadas à questão e ao próprio jogo. E como não está em causa a honorabilidade dos profissionais que estarão dentro das quatro linhas e junto a estas, nos bancos, a polémica até pode ser uma “pimenta” extra num confronto já de si apetitoso dada a qualidade dos jogadores e bom futebol das equipas.