O Jogo

O 12.º a marcar

- Veludo Azul Miguel Guedes

Os regressos de Diogo Costa e Francisco Conceição, após cumprirem o jogo de castigo em Guimarães, são as boas notícias de estabilida­de que a equipa agradece. Para além de Varela no centro nevrálgico do jogo, é nestes dois jogadores de “cantera” que mora a segurança e a constância que nos tem entregue os melhores momentos da época. Mesmo quando a estabilida­de é o desequilíb­rio aguçado à baliza, como no caso de Francisco. Sem Otávio e Evanilson (e com Taremi fora das contas e do baralho), a maior incógnita prende-se com a face mais visível do ataque. A dúvida entre Namaso e Toni Martínez é pertinente e merece apostas. Seja qual for a escolha de Sérgio Conceição, nenhuma dúvida sobre a entrega e a capacidade de dois jogadores que quase sempre fizeram por merecer a oportunida­de de jogar de início. Mesmo que a oportunida­de só tenha surgido, irregularm­ente, pela indisponib­ilidade de colegas de equipa.

Jogar contra o V. Guimarães em dose tripla, no berço da nação ou na pátria do dragão, é quase como (re)nascer três vezes. Em 15 dias, o FC Porto terá que fazer o pleno se não quiser fracassar por antecipaçã­o nos dois últimos objectivos da época. Os três pontos em perspectiv­a para o jogo desta noite, colocam-nos a seis de um lugar de acesso à Liga dos Campeões (posição fulcral, vital, quase imperativa para o futuro próximo), tão longe e distante quanto ainda possível apesar de um fim de calendário algo anónimo do rival Benfica. Com as faixas de campeão quase a entrarem na jaula, compete a dragões soltar o fogo final que aperte a vice-liderança e garanta um lugar na final da Taça de Portugal, através de bom resultado no terceiro “round” frente ao Vitória. Essa final poderá assegurar, desde logo, que se comece a próxima época à procura de um título na Supertaça Cândido de Oliveira, primeira leitura da nova época. É de títulos que se alimenta a alma deste clube, “old habits die hard”. Para estarmos dentro de todas as disputas e aptos a todas as conquistas, só pela união dos adeptos o conseguire­mos. Independen­temente do que suceda e do que os sócios decidam no dia 27 de abril, as próximas semanas dentro de campo serão

“A história escreverá que uma equipa que perdeu Otávio e Taremi de uma assentada dificilmen­te poderia ser campeã”

decisivas. Hoje, mais do que nunca. Que ninguém leve eleições para a bancada.

A história escreverá que uma equipa que perdeu Otávio e Taremi de uma assentada, dificilmen­te poderia ser campeã. Numa época em que os dois jogadores mais influentes se ausentam ou apagam, o que resta ao FC Porto no mês que falta para o fim da época muito ditará sobre as próximas que aí vêm. Se a bancada marcar um golo hoje à noite, entra para a lista dos 12 melhores marcadores desta época. Isso diz muito sobre muita coisa. Os jogadores passam a bola, mas é o 12.º jogador que a leva ao colo. Que não a percam.

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