Águias perdem veneno a matar
Relação com a baliza e com os golos tornou-se mais difícil em comparação com a temporada passada. São precisos mais tiros para festejar
Na época em que o Benfica voltou a ser campeão nacional, a equipa marcou 131 golos num total de 858 tentativas, numa média de 6,5 tiros para festejar. Agora são 97 em 745, ou seja, média de 7,7.
●●●
Fechando os dois encontros disputados na semana passada com o Sporting com três golos marcados , o Benfica teve oportunidades para faturar por mais ocasiões. Porém, e num sinal apontado por Roger Schmidt, que se queixou da falta de eficácia dos seus comandados, acabou por desperdiçar várias oportunidades. A falta de veneno na hora de finalizar tem sido uma marca dominante do Benfica 2023/24, já que a relação com a baliza piorou em relação à época de estreia de Roger Schmidt na Luz. Os encarnados precisam agora de 7,7 remates para marcar, contra os 6,5 da temporada passada.
Se olharmos aos três primeiros classificados da Liga Betclic, o Benfica é a equipa com mais tiros, mas fica bem longe da eficácia demonstrada pelo líder Sporting, que faturou por 123 vezes em 713 remates. Precisa assim de apenas 5,8 tentativas para festejar.
O emblema encarnado fez até ao momento 745 remates, com 97 golos (tem assim menos 26 do que os verdes e brancos), marcando em 13 por cento do total de disparos, contra os 17,3% da equipa orientada por Rúben Amorim. Na temporada passada, as águias chegaram aos 131 golos, obtidos em 858 tentativas – marcaram assim em 15,3 por cento dos tiros realizados. E desses 745 apenas 283 foram à baliza (38%). Na época passada essa
eficácia foi de 39,5%, fruto de 339 tiros bem direcionados.
Analisando o passado recente do treinador alemão é possível observar que este vive em 2023/24 uma temporada atípica, pois apresenta os piores números no que diz respeito à relação da sua equipa com a baliza adversária. Através do portal especializado em estatística Wyscout é possível observar que nem nos dois anos no PSV, nos Países Baixos, nem na época completa pelo Beijing Guoan (2018) e ainda em2015/16noLeverkusenregistou pior eficácia. Ao serviço dos neerlandeses precisou de 6,4 remates na época de estreia e de 7,1 na segunda, enquanto na China a sua equipa faturava também a cada 7,1. Os números mais próximos em relação aos atuais foram observados em 2015/16 no Leverkusen, quando os germânicos marcaram a cada 7,6 dos 680 tiros efetuados.