João Ferreira esteve ao nível dos craques
Leirense pressionou o bicampeão Nasser Al-Attiyah e ainda bateu Carlos Sainz, numa edição inaugural Rally-Raid Portugal que foi um êxito
Prova portuguesa do Campeonato do Mundo atraiu muito público e sobressaiu pela variedade de terrenos, podendo regressar em 2025. “As estrelas do Dakar ficaram radiantes”, assegurou ACP.
A estreia de João Ferreira com um pódio nos carros ao nível do Dakar só ajudou a abrilhantar a edição inédita do Rally-Raid Portugal, terceira prova do Campeonato do Mundo (W2RC) e única em território europeu. O campeão nacional de todo-o-terreno, que trocou os SSV por um Mini, colocou pressão no vencedor Nasser Al-Attiyah (Prodrive Hunter) ao longo de cinco dias e ainda se impôs ao veterano Carlos Sainz, colega de equipa e quarto no final. “É difícil explicar as emoções que vivi ao longo desta semana. Recebemos um apoio incrível deste público único no mundo, numa prova muito variada e bonita. A tensão era alta porque havia bastante atenção à nossa volta, mas correu tudo muito bem e confesso que não imaginava terminar no segundo lugar na estreia com este carro no W2RC”, analisou o leiriense, após ser terceiro na derradeira etapa, em Grândola. Com o segundo triunfo da época, AlAttiyah passou para a liderança do Mundial (112 pontos).
Nas motos, dominadas pelo
espanhol Tosha Schareina da Honda de Rúben Faria, houve mais heróis nacionais, graças ao segundo lugar da geral para Sebastian Buhler (Hero), residente em Odemira, mas com licença germânica, à frente do surpreendente Bruno Santos (Husqvarna), que aliou o terceiro lugar no pódio à conquista da categoria de Rally 2. “Superou todas as minhas expectativas”, confirmou o torriense.
Com muito público a assistir, num cenário a fazer lembrar o Rali de Portugal e bem
diferente das provas nos infindáveis desertos, a etapa portuguesa do W2RC, que cruzou a fronteira para ir à Estremadura espanhola, destacou-se também pela variedade de terrenos, colhendo elogios de toda a parte. Carlos Barbosa, presidente do Automóvel Clube de Portugal, fez um balanço positivo e abordou a possibilidade de regresso. “[A prova] pode voltar, assim se confirme o interesse da ASO [promotor]e o equilíbrio de contas. As estrelas do Dakar ficaram radiantes”, contou.