O último ás deixa o futuro incerto
Estoril Open não faz parte do calendário de 2025 e Hurckacz não pode dizer que virá revalidar o título
Foi com um ás que HubertHurkaczfechouacontenda com Pedro Martínez, pelos parciais de 6-3 e 6-4, em 1h26. O último ponto da final do Millennium Estoril Open é irónico, numa altura em que o único torneio português do ATP Tour já mostrou todos os trunfos e luta por uma solução que evite o desaparecimento. Normalmente, nas cerimónias finais, o campeão fala em vir defender o título e o organizador diz que a próxima edição começa a ser preparada no dia seguinte. Ontem, não aconteceu.
OpolacoHurcakz,de27anos, nunca tinha ido além das meias-finais em terra batida e conquistara, em 2018, no Challenger de Poznan, o único título nesse piso. Agora, é um dos raros a vencer no circuito em três superfícies distintas e, do alto do seu 1,96m, é um dos melhoresnoshardcourtsouna relva, faltando deixar a marca no pó de tijolo. Numa exibição de bombardeiro, acertou 15 ases no alvo terrestre, complicando as aspirações do valenciano Martínez, não sofrendo qualquer quebra de serviço – muitos acima dos 200km/h –, segurando jogo no fundo do court e, quando estendia os tentáculos junto à rede, feria o adversário.
Surpreso pela inédita conquista, o jogador da Breslávia, disse: “Fui capaz de continuar a construir, ficar mais confortável em terra batida, conseguir adaptar-me e gerir bem as emoções”. Como não há campeão da catedral da terra batida (Roland Garros) com 1,96m – os mais altos foram Yannick Noah e Andrés Gómez, ambos com 1,93m –, Hubi prefere pensar que pode “ganhar os grandes títulos”, porque diz que o seu “ténis é bom o suficiente para o fazer”.