“Já não vamos lá com retoques de maquilhagem”
Candidato da Lista B diz que os sócios se fartaram e que exigem uma mudança no clube, negando perentoriamente que Antero Henrique tenha qualquer ligação à candidatura
AVB mostrou-se preocupado com os negócios da SAD com a Quadrantis, mas também com o “novo ecossistema do futebol” que torna mais difícil ao FC Porto voltar a uma final europeia.
●●● Villas-Boas concedeu uma entrevista à RTP em que explicou os motivos da sua candidatura, negou que Antero Henrique esteja envolvido, criticou o fundo Quadrantis e preferiu não responder às críticas da Lista A.
Antes fez um enquadramento da situação do clube. “Os modelos de governação do FC Porto têm de ser imediatamente refeitos, reformatados e obedecera uma gestão rigorosa e cuidada, a disciplina orçamental. Se o presidente continuasse, e tendo em conta também as pessoas com as quais se está a rodear, poderíamos seguir facilmente para a ruína financeira”, atirou, considerando que o FC Porto “já não vai lá com retoques de maquilhagem das equipas” e a saída de administradores “que colocaram o FC Porto nesta situação” que pretende reverter. “Temos visto o FC Porto a perder capacidade competitiva, que não se adaptou infraestrutural mente como os rivais, que tem em deficit relativamente às modalidades femininas, e tudo isso é um reflexo de uma gestão que estagnou no tempo. Daí que eu ache que o momento seja absolutamente agora.”
Pinto Costa associou recentemente as arbitragens que prejudicam o FC Portoàcandid atura de Vil las-Boas, uma“declaração de infeliz ”, diz o candidato .“Pinto da Costa nunca pensou que esta candidaturas e tornasse tão forte e gerasse tanta onda de entusiasmo. A realidade é essa, e isso confrontou o presidente com uma situação que ele nunca teve nestes últimos 42 anos. Os sócios fartaram-se, querem mudança, exigem mudança, exigem um FC Porto que seja sustentável, lançado para a modernidade, que corresponda aos desejos dos seus associados”, apontou, garantindo não ter ficado incomodado por ser tratado por Luís André. “O presidente tem essa ironia bem presente, e são brincadeiras suas, não levo a mal.”
Antero Henrique tem sido um nome muito falado, mas Villas-Boas assegurou que o seu regresso ao Dragão não está previsto. “O Antero não tem nada a ver com esta candidatura, é uma pessoa amiga que eu conheço, com a qual me relaciono, coma qual naturalmentefalo de temas relacionados comes ta candidatura, mas não tenho tem impacto absolutamente nenhum sobre decisões futuras e estruturantes do FC Porto. Na minha ótica, foi um dos melhores profissionais com os quais eu trabalhei e este é um sentimento partilhado em geral no futebol europeu, mas não terá nenhum papel no FC Porto no futuro”, frisou, insistindo que o ex-dirigente nada tem a ver com as eleições. “Não posso dedicarme continuamente a desmentir as declarações que vêm do outro lado, ainda ontem [anteontem] tivemos mais um episódio infeliz ao dizer que era falso que nós não tínhamos recebido a aprovação por parte da Agência Portuguesa do Ambiente para a construção do centro de alto rendimento. Não posso passar toda a vida a
desmentira quantidade de barbaridadesque são ditas pela outra candidatura ”, referiu.
O candidato da Lista B sublinhou, ainda, a sua preocupação com alguns negócios da SAD. “O fundo Quadrantis queria levantar 250 a 300 milhões de euros e no seu prospeto dava indicadores claros e nítidos de receitas do FC Porto. Curiosamente esse prospeto mudou muito recentemente. Continuamos a ver muitos sinais presentes da influência deste fundo, também com a presença de Pedro Rosas, recentemente, no camarote de Pedro Pinho no jogo entre FC Porto e Vitória de Guimarães. Portanto, tudo roda à volta sempre das mesmas pessoas”, atirou. Desportivamente, Villas-Boas acha que “dificilmente” o FC Porto voltará em breve a uma final europeia. “Há uma nova ameaça sobre o ecossistema do futebol. Isto levou à reformatação dos quadros competitivos da UEFA. O que é que parece claro? Há um domínio cada vez maior dos grandes clubes europeus e uma ameaça dos grupos de clubes. E agora temos também fundos de investimento que compram carteiras de agentes dos jogadores. Tudo isto são sinais da mudança do ecossistema do futebol e para FC Porto poder chegar a uma competição europeia tem que estar ao máximo nível desportivo, ao nível do scouting, ao nível da sua formação e ao nível da criação de uma equipa competitiva.”