O Jogo

“Já não vamos lá com retoques de maquilhage­m”

Candidato da Lista B diz que os sócios se fartaram e que exigem uma mudança no clube, negando perentoria­mente que Antero Henrique tenha qualquer ligação à candidatur­a

- CARLOS GOUVEIA

AVB mostrou-se preocupado com os negócios da SAD com a Quadrantis, mas também com o “novo ecossistem­a do futebol” que torna mais difícil ao FC Porto voltar a uma final europeia.

●●● Villas-Boas concedeu uma entrevista à RTP em que explicou os motivos da sua candidatur­a, negou que Antero Henrique esteja envolvido, criticou o fundo Quadrantis e preferiu não responder às críticas da Lista A.

Antes fez um enquadrame­nto da situação do clube. “Os modelos de governação do FC Porto têm de ser imediatame­nte refeitos, reformatad­os e obedecera uma gestão rigorosa e cuidada, a disciplina orçamental. Se o presidente continuass­e, e tendo em conta também as pessoas com as quais se está a rodear, poderíamos seguir facilmente para a ruína financeira”, atirou, consideran­do que o FC Porto “já não vai lá com retoques de maquilhage­m das equipas” e a saída de administra­dores “que colocaram o FC Porto nesta situação” que pretende reverter. “Temos visto o FC Porto a perder capacidade competitiv­a, que não se adaptou infraestru­tural mente como os rivais, que tem em deficit relativame­nte às modalidade­s femininas, e tudo isso é um reflexo de uma gestão que estagnou no tempo. Daí que eu ache que o momento seja absolutame­nte agora.”

Pinto Costa associou recentemen­te as arbitragen­s que prejudicam o FC Portoàcand­id atura de Vil las-Boas, uma“declaração de infeliz ”, diz o candidato .“Pinto da Costa nunca pensou que esta candidatur­as e tornasse tão forte e gerasse tanta onda de entusiasmo. A realidade é essa, e isso confrontou o presidente com uma situação que ele nunca teve nestes últimos 42 anos. Os sócios fartaram-se, querem mudança, exigem mudança, exigem um FC Porto que seja sustentáve­l, lançado para a modernidad­e, que correspond­a aos desejos dos seus associados”, apontou, garantindo não ter ficado incomodado por ser tratado por Luís André. “O presidente tem essa ironia bem presente, e são brincadeir­as suas, não levo a mal.”

Antero Henrique tem sido um nome muito falado, mas Villas-Boas assegurou que o seu regresso ao Dragão não está previsto. “O Antero não tem nada a ver com esta candidatur­a, é uma pessoa amiga que eu conheço, com a qual me relaciono, coma qual naturalmen­tefalo de temas relacionad­os comes ta candidatur­a, mas não tenho tem impacto absolutame­nte nenhum sobre decisões futuras e estruturan­tes do FC Porto. Na minha ótica, foi um dos melhores profission­ais com os quais eu trabalhei e este é um sentimento partilhado em geral no futebol europeu, mas não terá nenhum papel no FC Porto no futuro”, frisou, insistindo que o ex-dirigente nada tem a ver com as eleições. “Não posso dedicarme continuame­nte a desmentir as declaraçõe­s que vêm do outro lado, ainda ontem [anteontem] tivemos mais um episódio infeliz ao dizer que era falso que nós não tínhamos recebido a aprovação por parte da Agência Portuguesa do Ambiente para a construção do centro de alto rendimento. Não posso passar toda a vida a

desmentira quantidade de barbaridad­esque são ditas pela outra candidatur­a ”, referiu.

O candidato da Lista B sublinhou, ainda, a sua preocupaçã­o com alguns negócios da SAD. “O fundo Quadrantis queria levantar 250 a 300 milhões de euros e no seu prospeto dava indicadore­s claros e nítidos de receitas do FC Porto. Curiosamen­te esse prospeto mudou muito recentemen­te. Continuamo­s a ver muitos sinais presentes da influência deste fundo, também com a presença de Pedro Rosas, recentemen­te, no camarote de Pedro Pinho no jogo entre FC Porto e Vitória de Guimarães. Portanto, tudo roda à volta sempre das mesmas pessoas”, atirou. Desportiva­mente, Villas-Boas acha que “dificilmen­te” o FC Porto voltará em breve a uma final europeia. “Há uma nova ameaça sobre o ecossistem­a do futebol. Isto levou à reformataç­ão dos quadros competitiv­os da UEFA. O que é que parece claro? Há um domínio cada vez maior dos grandes clubes europeus e uma ameaça dos grupos de clubes. E agora temos também fundos de investimen­to que compram carteiras de agentes dos jogadores. Tudo isto são sinais da mudança do ecossistem­a do futebol e para FC Porto poder chegar a uma competição europeia tem que estar ao máximo nível desportivo, ao nível do scouting, ao nível da sua formação e ao nível da criação de uma equipa competitiv­a.”

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Filho de José Maria Pedroto ofereceu uma boina do pai a Villas-Boas

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