Novo Governo – Novas expectativas
OXXIV Governo apresentou-se com vontade de “descomplicar”. Descomplicar processos, simplificar métodos, agilizar as relações entre particulares e a administração pública. São, por isso, legítimas as expectativas que no desporto, em tudo o que o envolve, desde acesso a programas de apoio à construção de infraestruturas, à regulamentação de cada actividade, passando pelos processos de financiamento, também chegue essa aragem, esse ímpeto “descomplicador”. Descomplicador que é especialmente necessário e desejado nas múltiplas regras que se impõem sobre as fontes de receita. No futebol, em particular, a diferença entre as fontes de financiamento dos clubes portugueses face a outros clubes europeus, com especial enfoque nos clubes britânicos, é abissal.
Podemos dizer que, em matéria de fontes de financiamento, o futebol português está no paleolítico financeiro. A maioria dos clubes portugueses apresenta passivos financeiros de muitas centenas de milhares de euros. Quando ouvimos falar de “perdões de dívida” de bancos a clubes, ouvimos os responsáveis dos clubes a vangloriarem-se de terem feito uma grande negociação, mas na verdade, está a trocar o futuro pelo presente.
Que as boas práticas internacionais sirvam de guia e de exemplo ao Governo que agora inicia funções
As dívidas não honradas à banca colocam a banca fora de futuras operações de financiamento. Por isso é preciso agilizar a legislação, por forma a permitir novas e mais arrojadas vias de financiamento. No ordenamento britânico os clubes podem financiar-se por múltiplas vias, vias disruptivas, das quais são exemplo: O financiamento sobre receitas futuras de bilheteira, onde é criada uma conta “escrow”, conta que serve de colateral ao financiamento e onde são obrigatoriamente depositadas as receitas, Financiamento sobre direitos desportivos futuros, Financiamento através de fundos de dívida. São alternativas que a legislação britânica permite e proporcionam prazos mais longos, taxas mais baixas, com um serviço de dívida mais leve.
Que as boas práticas internacionais sirvam de guia e de exemplo ao Governo que agora inicia funções.