Rodrigo Gomes toca o céu em velocidade furiosa
Evolução fantástica na Linha coloca polivalente numa visão de dois destinos: ser figura de primeiro plano na equipa de Daniel Sousa ou dar salto imediato e render muito dinheiro
É o defesa com maior participação em golos na I Liga, brilho que chega à Premier League. João Pereira, técnico do Alverca, orientou-o na formação e está fascinado com a sua polivalência. PEDRO CADIMA
Nada diminui ou afeta o seu excelso protagonismo. Rodrigo Gomes deu a vitória ao Estoril frente ao Famalicão numa finalização cheia de estilo e exaltou o rendimento numa época extraordinária, na qual é o defesa com destacada maior participação em golos. Só na I Liga são seis assinaturas nas balizas rivais e sete assistências, conseguindo num total da época oito golos e oito passes de açúcar e mel em 33 jogos.
O futuro do polivalente jogador de 20 anos é discutido, começou a sê-lo quando o Wolverhampton iniciou diligências por uma contratação. A expectativa é grande em Braga quanto ao aproveitamento do homem que tem assegurado com distinção a ala esquerda canarinha, desmultiplicando velocidades e espraiando recursos. Não havendo operação consumada, os minhotos encaram com satisfação qualquer cenário: a transferência imediata do jogador por verba a rondar os 12 a 15 milhões de euros, e o regresso à Pedreira para, com 21 anos, ser um rosto de primeira linha do projeto que será guiado por Daniel Sousa. O empréstimo ao Estoril, apesar de ter causado estranheza, acelerou a evolução de Rodrigo. “Sempre apresentou potencial e rendimento. Era extremo e juvenil de primeiro ano, competíamos contra juvenis de segundo ano. Saltou imediatamente de escalão”, elogia João Pereira, técnico do Alverca, líder da Liga 3, que orientou o lateral, então com 15 anos, no Palmeiras, braço aliado da formação dos minhotos. Numa evolução de cinco anos, o técnico é perentório. “Desenvolveu competências,acomeçarpela polivalência. Está um ala fortíssimo num sistema de três centrais. É muito corajoso e isso é demonstrado na sua forma de jogar. Acredito que terá muito sucesso, esteja onde estiver”, garante, confessando-se enriquecido por ter trabalhado com o endiabrado atleta, que tem contrato com o Braga até 2026 e cláusula de 45 milhões.
“É um miúdo excecional e humilde com quem mantenho contacto. Destaco-lhe a velocidade, irreverência, capacidade de trabalho e verticalidade. Tem muita chegada, capacidade de ir no um contra um, carrega jogo e realiza continuamentemovimentos na profundidade, tanto de fora para dentro, como de dentro para fora. São muitos os clubes que procuram estas
qualidades”, resume, ciente que a passagem pelo Estoril lhe aprofundou a visão de uma flecha para grandes
voos. “Do conhecimento de causa que tenho, uma vez que trabalhei com algumas pessoas do Braga, é que a tomada
de decisão do clube é muito assertiva. Isso refletese no rendimento atual do Rodrigo”.