“Presidente escondeu-me, vim ao estilo 007!”
Zequinha fazia a sexta época em Setúbal quando se mudou para o Belenenses, por quem já fez nove jogos. “Sei que foi difícil verem-me sair, se me perguntarem se imaginava este desfecho, talvez não! Mas foi engraçado como tudo aconteceu, o presidente quis reunir comigo em grande secretismo num hotel que ainda está fechado, perto de Azeitão. Foi algo ao estilo 007, meio escondido. Mas ficou tudo tratado. Agradeço a confiança do Vasco Faísca e, agora, do Mariano Barreto”, salienta o avançado, confortável com o que tem dado e assimilando que tem pernas para mais. “No que depender de mim, estou confortável para jogar, gosto bastante disto. O ano passado ponderei, mas esta época não me parece. Sou a prova viva que a idade é só um número e que posso corresponder”, explica Zequinha, refletindo sobre o tempo em que foi julgado por atitudes mais impulsivas. “Não era fácil. O meu temperamento fez-me perder muito, mas também me fez ganhar muito. Podia ter ido mais longe, muitos o dizem, duvidei de mim algumas vezes, mas, no fundo, dei sempre a volta por cima, porque quero sempre mais. Tenho muito mau perder, até nas brincadeiras com a minha namorada. Aprendi a dosear o temperamento, mas também não o quis perder, era preciso o meio termo”, reflete.
“A idade traz sabedoria e experiência. Com 20 anos corria muitas vezes desnecessariamente, agora conheço os atalhos. Sou diferente, voltei à posição para a qual fui contratado pelo FC Porto. Jogo como ponta-de-lança mais a segurar a bola. Mas continuo a poder fazer de extremo. Estou satisfeito por continuar aqui a partir pedra. Infelizmente, muitos da minha geração já abandonaram”, informa, lembrando a resistência de outros colegas de seleções jovens, como Rui Patrício, Antunes e Steven Vitória.
“Com 20 anos corria muitas vezes sem necessidade, agora conheço os atalhos” Zequinha Avançado do Belenenses