“Aposta diz que estou aqui para as curvas”
Equipa do Restelo ainda luta para ficar na II Liga, depois de grande recuperação com Mariano Barreto e com Zequinha, o jogador que não conhece limites na sua competitividade
Salto inesperado aos 37 anos chegou com o convite do Belenenses, quando já estava no Campeonato de Portugal ao serviço do “seu” Vitória, o de Setúbal. História do clube pesou.
Caso invulgar, Zequinha ainda teve pressa de subir degraus quando a vida atual o parecia destinar a encerrar a carreira no seu Vitória. O de Setúbal. Mas com o gigante sadino longe do lugar tradicional, a competir no Campeonato de Portugal, um convite de outro histórico conquistou o avançado. Abraçou um convite e pulou duas divisões, isto com 37 anos. Raros são os que disso se podem gabar. É já elemento decisivo a ajudar os azuis a esbracejarem pela permanência na II Liga para não colocarem em causa a esforçada e muito batalhada subida da última época. As últimas três vitórias em cinco jogos devolveram uma fé que andava distante. “É sinal que depositaram confiança em mim, o facto de ter muitos jogos na I Liga certifica a minha capacidade; e no Vitória fui somando bons números. A chamada do Belenenses disse-me que estou bem e para as curvas”, afirma Zequinha.
Deixar o Vitória “custou um bocadinho, foram sete anos, era capitão e tinha uma envolvência na cidade e no clube com família toda vitoriana. Mas senti que era altura de mudar de ares e, a acontecer, tinha de ser para um histórico como o Belenenses. É um desafio importante na minha carreira”, evidencia. “É um clube enorme, com uma massa adepta emotiva e apaixonada. É uma honra estar aqui e fazer parte desta rica história”, confessa, admitindo a sua superação. “Vinha a jogar muitos minutos, fazia 11, 12, 13 quilómetros por jogo. Há a tendência de acharem que ao descermos divisões podemos estagnar a nossa resposta, mas felizmente isso não aconteceu. Tenho boa genética e sinto que estou a corresponder no Belenenses como o fazia no Vitória. Só a recuperação é que demora um pouco mais”, argumenta, consciente que adquiriu outras ferramentas para fazer face ao desgaste denunciado pelo bilhete de identidade.
Os lucros para os homens do Restelo cresceram com a vitória em Oliveira de Azeméis e não esmoreceram no despiste com o Nacional. “Desde o primeiro momento tive a confiança de que o clube se manteria, deixaria os postos de aflição. Estas vitórias trouxeram a confiança. Não duvido que vamos sair
Dedicação: eleição; Tabela: lisboetas tentam apanhar Feirense na fuga à descida direta
“É uma honra estar aqui, é mais um desafio importante da minha carreira. Tenho boa genética e sinto que estou a corresponder no Belém como fazia no Vitória”
“Vim com a convicção que vamos sair desta situação”
“Podia ter ido mais longe, muitos o dizem, duvidei de mim mas dei sempre a volta por cima. Tenho muito mau perder!”
“O foco só está no Belenenses, só jogo por um! Mas espero que os dois clubes sejam felizes. Pelo Vitória e pelos ex-colegas só posso rezar”
desta situação, mesmo com calendário difícil que temos. Estamos apenas focados no que podemos controlar e nas ideias do nosso treinador”, vinca, de olho na permanência dos homens de Belém e, também, na subida à Liga 3 dos do Sado, onde mantém amigos. “Espero que os dois sejam felizes, mas só jogo por um, o foco só pode ser o Belenenses. Pelo Vitória e pelos meus antigos colegas apenas posso rezar”.
“O temperamento fez-me perder muito e ganhar muito”