A transição e o futuro no Dragão
Pinto da Costa deixa um legado desportivo incrível ao seu sucessor e André Villas-Boas assume-o com toda a energia, mas a prioridade é avaliar muitos temas que suscitam preocupações.
Aretumbante vitória de André VillasBoas no ato eleitoral do FC Porto do último sábado representa a inequívoca vontade de mudança dos sócios no tipo de gestão que tem sido praticada nos diversos departamentos que compõem o clube, entre as quais, obviamente, o futebol profissional. A esmagadora maioria de votos significa, no entanto, uma responsabilidade acrescida para o novo líder, que sucede ao mais titulado presidente a nível mundial e figura incontornável da história do emblema da Invicta, por todos reconhecido.
Durante todo o período de campanha eleitoral, o novo presidente pareceu pronto para o cargo que agora se prepara para assumir. Tem ideias claras sobre o que pretende mas, também, muitas dúvidas acerca do real estado das contas dos azuis e brancos, particularmente no que diz respeito a temas sensíveis da atualidade, como o alegado incumprimento do fair-play financeiro da UEFA e os contratos celebrados nos últimos dias, cujos contornos foram colocados em dúvida pela candidatura que recolheu mais de 80 por cento dos votos.
Pinto da Costa deu o primeiro sinal de que está disponível para uma transição de poder pacífica ao convidar André Villas-Boas para assistir ao clássico com o Sporting na tribuna presidencial, mas não parece disposto a aceder ao pedido do seu substituto em apressar a tomada de posse, como era desejo expresso da candidatura vencedora. Percebese a pressa de quem entra , porque há muita pedra para partir e processos urgentes para resolver, mas falta saber quanto tempo AVB terá de esperar para começar a desenhar o futuro do FC Porto.