O Jogo

DOMINGOS SONHA A DO BRAR

Médio ajudou na vitória sobre o Lourosa que deu o pódio. Quer a subida à II Liga e sonha com o título do Sporting

- ANDRÉ BASTOS

Depois de três temporadas nos escalões de formação dos leões, o internacio­nal angolano, 20 anos, mudouse para o Felgueiras, de modo a elevar o patamar competitiv­o. Sporting tem 50 por cento do passe.

Com 25 jogos e dois golos marcados desde que se mudou para o Felgueiras, em setembro, já com a época em curso, Domingos Andrade é um dos pilares da equipa de Agostinho Bento. O médio sente que a transferên­cia foi uma aposta ganha, pois precisava de dar um salto competitiv­o. Formado no Interclube (Angola), o jogador de 20 anos foi descoberto pelo Sporting, pelo qual jogou nos sub-19, sub-23 e equipa B, tendo trabalhado com alguns craques que já deram o salto, casos de Chermiti, Renato Veiga e Diogo Ribeiro. Com a época a aproximar-se do fim, o médio deseja ver os leões campeões e festejar a subida do Felgueiras à II Liga.

Depois de três anos ligado ao Sporting, a que se deveu esta mudança já com a época em curso?

—Precisava de um estímulo, de uma competição superior, visto que no Sporting estava a jogar nos sub-23. Queria dar este salto para melhorar o meu conhecimen­to como jogador. Na altura tinha outras opções, mas o projeto do Felgueiras era bastante sólido e foi isso que me atraiu. O treinador já me conhecia da Liga Revelação, o que também pesou.

Tem 25 jogos e dois golos, ainda vai a tempo de superar a época anterior?

—A nível individual a temporada tem sido muito boa. A nível coletivo também temos feito uma temporada incrível, de grande superação. Ainda na última jornada conseguimo­s atingir um dos nossos objetivos, que é estar nos três primeiros lugares. Falando do recorde de jogos da época passada [26], tenho a certeza que os vou superar.

Com a vitória sobre o Lourosa, a equipa subiu ao terceiro lugar. A três jogos do fim acredita na subida?

—Acreditamo­s desde o início que era possível subir de divisão, embora não tenhamos começado bem esta fase, mas a equipa esteve sempre confiante e focada. As coisas estão a sair melhor agora e continuamo­s com a mesma mentalidad­e de jogo a jogo, fazendo as contas no fim.

No último jogo registavas­e um 0-0 ao intervalo que beneficiav­a o adversário. O que mudou depois?

—A chave foi a nossa mentalidad­e. Entrámos com o claro objetivo de vencer o jogo e arriscámos tudo. Demos o nosso melhor, corremos mais e fomos superiores ao Lourosa. Ao intervalo estava empatado, mas o treinador passou-nos confiança, que era possível vencer. Ficámos receosos por termos sofrido um contra-ataque no final da primeira parte, mas a equipa voltou com o chip mudado e as coisas acontecera­m.

Demoraram cinco jornadas para conseguir a primeira vitória. Como se explica essa diferença de rendimento?

—Nesta fase os jogos são mais difíceis. As equipas que melhor aproveitam as oportunida­des são as que vencem. Nos primeiros jogos não conseguimo­s concretiza­r as nossas jogadas, não conseguimo­s fazer golos e acabámos por perder a confiança, o que influencio­u o arranque da fase de subida.

Quais os seus pontos fortes como jogador?

—Sinto-me mais confortáve­l a jogar no meio-campo. Os meus pontos fortes são a ocupação dos espaços e a recuperaçã­o de bola. Também posso jogar como central, fiz dois jogos nessa posição. No

Sporting variava, jogávamos com uma linha de três centrais e por vezes jogava no meio, noutros jogos fui terceiro central para construir. Aqui é 4x3x3 e tenho liberdade para andar no campo todo.

Qual seria o cenário ideal para este fim de época?

—Seria perfeito ver o Sporting campeão e o Felgueiras subir à II Liga.

Que jogadores destaca da sua passagem pelos leões?

—Dário Essugo, Chermiti, Rodrigo Ribeiro, Renato Veiga, Tiago Santos e Rafael Fernandes. Alguns destes são internacio­nais e já jogam no estrangeir­o. Agora também

“O meu irmão mais velho jogava, mas não conseguiu chegar ao futebol profission­al e eu tinha-o como inspiração. Às vezes jogava às escondidas e fugia da escola”

aprecio bastante o Geovany Quenda e o Rafael Besugo.

Quando surgiu o interesse pelo futebol?

—Começou muito cedo. O meu irmão mais velho jogava, mas não conseguiu chegar ao futebol profission­al e eu tinha-o como inspiração. Jogava na rua, fiz captação no Interclube em 2016. Na altura, o meu pai não me deixava jogar porque o futebol não era tão valorizado como agora e preferia que eu estudasse. Jogava às escondidas, esperava que os pais saíssem e fugia da escola. Depois apareceu o Sporting, que me viu na seleção de sub-17 de Angola, na CAN e Mundial.

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Domingos Andrade Jogador do Felgueiras
DOMINGOS ANDRADE ESTREOU-SE NAS CONVOCATÓR­IAS DA SELEÇÃO DE ANGOLA EM 2021; EM MARÇO VOLTOU A SER CHAMADO “Os meus pontos fortes são a ocupação de espaços e a recuperaçã­o de bola. Sintome mais confortáve­l a jogar no meiocampo, mas também posso fazer de central” Domingos Andrade Jogador do Felgueiras

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