DOMINGOS SONHA A DO BRAR
Médio ajudou na vitória sobre o Lourosa que deu o pódio. Quer a subida à II Liga e sonha com o título do Sporting
Depois de três temporadas nos escalões de formação dos leões, o internacional angolano, 20 anos, mudouse para o Felgueiras, de modo a elevar o patamar competitivo. Sporting tem 50 por cento do passe.
Com 25 jogos e dois golos marcados desde que se mudou para o Felgueiras, em setembro, já com a época em curso, Domingos Andrade é um dos pilares da equipa de Agostinho Bento. O médio sente que a transferência foi uma aposta ganha, pois precisava de dar um salto competitivo. Formado no Interclube (Angola), o jogador de 20 anos foi descoberto pelo Sporting, pelo qual jogou nos sub-19, sub-23 e equipa B, tendo trabalhado com alguns craques que já deram o salto, casos de Chermiti, Renato Veiga e Diogo Ribeiro. Com a época a aproximar-se do fim, o médio deseja ver os leões campeões e festejar a subida do Felgueiras à II Liga.
Depois de três anos ligado ao Sporting, a que se deveu esta mudança já com a época em curso?
—Precisava de um estímulo, de uma competição superior, visto que no Sporting estava a jogar nos sub-23. Queria dar este salto para melhorar o meu conhecimento como jogador. Na altura tinha outras opções, mas o projeto do Felgueiras era bastante sólido e foi isso que me atraiu. O treinador já me conhecia da Liga Revelação, o que também pesou.
Tem 25 jogos e dois golos, ainda vai a tempo de superar a época anterior?
—A nível individual a temporada tem sido muito boa. A nível coletivo também temos feito uma temporada incrível, de grande superação. Ainda na última jornada conseguimos atingir um dos nossos objetivos, que é estar nos três primeiros lugares. Falando do recorde de jogos da época passada [26], tenho a certeza que os vou superar.
Com a vitória sobre o Lourosa, a equipa subiu ao terceiro lugar. A três jogos do fim acredita na subida?
—Acreditamos desde o início que era possível subir de divisão, embora não tenhamos começado bem esta fase, mas a equipa esteve sempre confiante e focada. As coisas estão a sair melhor agora e continuamos com a mesma mentalidade de jogo a jogo, fazendo as contas no fim.
No último jogo registavase um 0-0 ao intervalo que beneficiava o adversário. O que mudou depois?
—A chave foi a nossa mentalidade. Entrámos com o claro objetivo de vencer o jogo e arriscámos tudo. Demos o nosso melhor, corremos mais e fomos superiores ao Lourosa. Ao intervalo estava empatado, mas o treinador passou-nos confiança, que era possível vencer. Ficámos receosos por termos sofrido um contra-ataque no final da primeira parte, mas a equipa voltou com o chip mudado e as coisas aconteceram.
Demoraram cinco jornadas para conseguir a primeira vitória. Como se explica essa diferença de rendimento?
—Nesta fase os jogos são mais difíceis. As equipas que melhor aproveitam as oportunidades são as que vencem. Nos primeiros jogos não conseguimos concretizar as nossas jogadas, não conseguimos fazer golos e acabámos por perder a confiança, o que influenciou o arranque da fase de subida.
Quais os seus pontos fortes como jogador?
—Sinto-me mais confortável a jogar no meio-campo. Os meus pontos fortes são a ocupação dos espaços e a recuperação de bola. Também posso jogar como central, fiz dois jogos nessa posição. No
Sporting variava, jogávamos com uma linha de três centrais e por vezes jogava no meio, noutros jogos fui terceiro central para construir. Aqui é 4x3x3 e tenho liberdade para andar no campo todo.
Qual seria o cenário ideal para este fim de época?
—Seria perfeito ver o Sporting campeão e o Felgueiras subir à II Liga.
Que jogadores destaca da sua passagem pelos leões?
—Dário Essugo, Chermiti, Rodrigo Ribeiro, Renato Veiga, Tiago Santos e Rafael Fernandes. Alguns destes são internacionais e já jogam no estrangeiro. Agora também
“O meu irmão mais velho jogava, mas não conseguiu chegar ao futebol profissional e eu tinha-o como inspiração. Às vezes jogava às escondidas e fugia da escola”
aprecio bastante o Geovany Quenda e o Rafael Besugo.
Quando surgiu o interesse pelo futebol?
—Começou muito cedo. O meu irmão mais velho jogava, mas não conseguiu chegar ao futebol profissional e eu tinha-o como inspiração. Jogava na rua, fiz captação no Interclube em 2016. Na altura, o meu pai não me deixava jogar porque o futebol não era tão valorizado como agora e preferia que eu estudasse. Jogava às escondidas, esperava que os pais saíssem e fugia da escola. Depois apareceu o Sporting, que me viu na seleção de sub-17 de Angola, na CAN e Mundial.