O Jogo

MONTANHA RUSSA DE EMOÇÕES

O jogo andou de um lado para o outro, mas no fim, como num tabuleiro de Monopólio, houve um regresso à casa de partida

- RODRIGO CORTEZ

●●● Acaboutudo como começou na primeira mão deste choque de titãs entre as duas equipas com mais finais de Champions neste século (sete para o Real e cinco para o Bayern). Pelo meio, porém, houve uma montanha russa de emoções, com alternânci­as no marcador e diferentes fases de domínio para cada um dos conjuntos.

Quem começou por cima foi o Bayern, numa entrada fulgurante assente num futebol rápido, apostado nas entradas dos extremos para as costas dos centrais. Graças a essa estratégia, Sané teve duas ocasiões nos primeiros minutos, mas errou uma delas com um remate por cima e na outra deixou Lunin brilhar.

O Real parecia surpreendi­do, mas, ao contrário do Bayern, não falhou na primeira ocasião que teve: Toni Kroos apanhou Kim a dormir e meteu-lhe a bola nas costas para a desmarcaçã­o de Vinícius, que marcou à saída de Neuer. A finalizaçã­o fria do brasileiro impression­ou.

Os merengues pareciam ter o jogo na mão. O Bayern foi à procura do empate, é certo, mas as suas unidades estavam estáticas na frente, dadas às marcações dos jogadores espanhóis, que controlava­m descontrai­damente o adversário. Os alemães pareciam descrentes e o Real sentia que o jogo estava na mão, no que seria um passo de gigante para se apurar para a final.

Só que, do nada, o extremo Leroy Sané mudou a história do encontro: numa bola aparenteme­nte inofensiva que recebeu junto à linha, do lado direito, cavalgou com ganas para cima de Mendy, que não estava à espera da imprevisib­ilidade do alemão, a fletir para dentro e a atirar depois de raiva, com a bola a entrar junto ao poste mais próximo.

Foi uma nova vida que o

Bayern ganhou, aproveitan­do o abanão que o golo provocou no jogo para impedir os espanhóis de respirarem e se reorganiza­rem. E foi quatro minutos depois do empate (aos 57’) que os bávaros deram nova “chapada” no adversário, desta vez numa incursão de Musiala dentro da área. A Lucas Vázquez faltou rapidez de raciocínio e quando tentou cortar já a bola tinha passado, caindo o alemão com o impacto do pontapé na sua perna. No penálti, Kane não deu hipóteses a Lunin.

Era agora o Bayern que respirava fundo, pensando que o mais difícil estava feito. Até

“A eliminatór­ia continua 50-50. Queremos ganhar em Madrid e ir à final”

Thomas Tuchel Treinador do Bayern

“O Bayern conseguiu apresentar a sua melhor versão, mas nós não” Carlo Ancelotti Treinador do Real Madrid

“É dececionan­te, porque estávamos na frente e o jogo estava sob controle” Eric Dier Jogador do Bayern

“Nesta prova é importante não perder. Estamos aqui para fazer grandes coisas”

Vinícius Júnior Jogador do Real Madrid

que o sul-coreano Kim MinJae voltava a falhar no extremo reduto dos bávaros, cometendo uma grande penalidade infantil, com uma placagem sobre Rodrygo que valeu o empate aos merengues, em novo tiro dos onze metros que Vinícius Júnior não desperdiço­u, bisando na partida.

O Real Madrid teve o encontro (e a eliminatór­ia) na mão, mas do outro lado um golpe inesperado de Leroy Sané mudou a história deste filme. Agora, com a eliminatór­ia empatada, continua tudo como dantes. Só que, com o fator casa a jogar a favor da turma espanhola.

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VINÍCIUS JÚNIOR APONTOU DE GRANDE PENALIDADE O GOLO QUE DEU O EMPATE FINAL AO REAL MADRID
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