A CORTIÇA COMANDA A VIDA

Não vem mal algum ao mundo por uma marca nacional querer conquistar… o mundo. Este desejo tem como base uma matéria-prima que, apesar de não ser exclusiva de Portugal, é um dos nossos estandartes. A matéria-prima é a cortiça e a marca é a Iki Mobile. Há muito tempo que não ouvíamos, e víamos, uma empresa portuguesa que produz hardware com metas tão ambiciosas.É bom sentir esta confiança da parte da Iki, que se deu a conhecer em 2015. A marca prometeu inovar e, com telemóveis acessíveis, conseguiu criar um produto diferenciador, quer se goste ou não. Pelo menos inclui algo que pode ajudar a virar atenções internacionais para aquilo que de melhor se faz por cá e para as nossas matérias-primas. É um smartphone com uma traseira em cortiça dos sobreiros de Coruche. E vai ser também em Coruche que a marca vai abrir a sua primeira fábrica em Portugal, a meio do Verão, num investimento que ronda os 1,7 milhões de euros. Mas o que vai uma fábrica destas fazer em Portugal, quando se sabe que é mais barato vir já tudo feito da China? Qual será o custo acrescido que os produtos da Iki vão ter por serem feitos, ou montados, no País? É contra isto que esta fábrica, e a Iki, têm de lutar, sob pena de o investimento começar a perder rentabilidade - No entanto, e pelas óptimas relações que a marca parece ter com a Câmara de Coruche e mesmo com o Estado português, o futuro só pode ser muito risonho. O que é óptimo, pois a produção nacional deve começar a ser valorizada de vez neste mercado sempre difícil que é o da tecnologia de consumo.