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A Internet morreu (ainda não, mas quase)

- ALEX GAMELA Tw Twitter: @alexgamela

Nunca ponham os ovos todos no mesmo cesto, há sempre o risco de se partir ou o roubarem. Online, os ovos são a nossa informação e o cesto é o Facebook, ou o Google ou algo do género. Seja o que for, o cesto não está na nossa mão e não sabemos se fazem omeletes ou pudins Molotoff com os nossos ovos. O que quero dizer é que a Internet virou um galinheiro industrial #prontojádi­sse. Para o fundador do Pirate Bay, Peter Sunde, tudo vai mal no reino do digital. Em entrevista ao TheNextWeb.com, Sunde diz que centralizá­mos tudo na mão de um tipo chamado Zuckerberg, «basicament­e o maior ditador do mundo, já que ninguém o elegeu». De acordo com a definição do Internet Health Report da Mozilla, uma Internet saudável é descentral­izada, ou seja, controlada por muitos: «São milhões de dispositiv­os conectados numa rede aberta», ninguém sozinho é o seu dono, a controla ou a desliga para os restantes. No entanto, a Internet é dominada por cinco empresas: Amazon, Google, Facebook, Apple e Microsoft. Se uma vai abaixo é o fim do mundo. Depois, tudo é imaterial: Sunde diz que nada se cria de real, e existem empresas gigantes que vivem de pessoas que usam as suas plataforma­s e que assumem o investimen­to todo (Airbnb, Uber), sem que as empresas criem algo palpável. Serviços, dizem vocês, mas pergunto eu: essas empresas servem para quê? No fundo, são umbrella brands (perdoem o anglicismo) que permitem e validam atores independen­tes, centraliza­ndo uma atividade sob a capa da descentral­ização. Só questionam­os o número de estrelas a atribuir, reduzidos a críticos de algibeira. Enfim, a internet está a deixar de ser excêntrica, e é isso que está a dar cabo dela.

Para o fundador do Pirate Bay, Peter Sunde, tudo vai mal no reino do digital.

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