Há uma app para tudo
A traquete. É assim que vivemos nas sociedades modernas ocidentais. Levados a traquete pelas Moody’s que colocam as economias mais Poor’s quando lhes dá na real gana
Liars Layar
A traquete*. É assim que vivemos nas sociedades modernas ocidentais. Levados a traquete pelas Moody’s que colocam as economias mais Poor’s quando lhes dá na real gana e nas TI quando as marcas já esgotaram o último filão de ouro. Dois exemplos fresquinhos off-the-shelf são a aposta do iPhone X na realidade aumentada – talvez para justificar os mais de mil euros do aparelho – e, do já recorrente tema dos pagamentos móveis. First things first. Smartphones topo de gama são os laptops de há dez anos. É neles que realiza a maior parte das suas interações digitais diariamente, por tal esse é o seu novo price point. Mas chamei o iPhone X ao barulho pela RA (realidade aumentada). No último ano e meio não se ouviu falar de outra coisa que não fosse a RV (realidade virtual). Para a esquerda, direita, cima e baixo (os tais 360º) era a next big thing. Deixou de ser. Diz-se que vai ter o seu nicho de mercado, mas que vai demorar dois, cinco, dez anos a massificar-se. Bastou saírem os primeiros rumores das especificações do iPhone X e da aposta da Apple na RA para que a RV fosse colocada em segundo plano. É uma afirmação leviana?
Talvez. Tanto hardware como software estão, só agora, preparados para uma experiencia de RA verdadeiramente interessante? Compra esta afirmação quem quiser. No início da década já a Layar (agora Blippar) fazia furor com uma app de RA que sobrepunha informação georreferenciada na camara em tempo real mas só em 2017 é que a tecnologia se torna interessante? O mesmo é válido para os pagamentos móveis. Esperamos pelo quê, exactamente, para termos pagamentos facilitados pelo telemóvel em Portugal? A SIBS tem dado passos interessantes com o MB Way, mas para quando pagamentos P2P à séria. Seja via Paypal, Android ou Apple Pay? Será que é mais fácil a Google implementar um sistema de pagamentos móveis com tecnologia de códigos QR de áudio na Índia que em Portugal? Não podíamos já ter uma Tez em Portugal?
*Excetuando o “a traquete”, o abuso explícito nos inglesismos faz fé num bom SEO do artigo online.