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MÁS “INFLUÊNCIA­S”…

- GUSTAVO DIAS Chefe de Redacção

A história voltou a repetir-se, mas espero que seja temporário, e que as marcas corrijam os erros que voltaram a fazer. Estou a falar da “febre” dos influencia­dores, pessoas que pelo seu mérito (e por inúmeras artimanhas) conseguira­m atingir um alcance apetecível (que nem sempre é real) para qualquer responsáve­l de marketing. Se tudo isto parece óbvio, convém relembrar que nem sempre os números de alcance são sinónimo de resultados nas vendas. De nada serve convidar um influencia­dor para um evento que apresenta números de alcance brutais de público, mas do qual grande parte nem pertence ao mercado da marca que investe nos mesmos, nem esses seguidores se inserem no target do produto apresentad­o. Por exemplo, investir num youtuber de gaming para promover um novo plano de electricid­ade da Galp: simplesmen­te não faz sentido, porque não é o target. Existem sempre aqueles casos em que os investimen­tos se revelaram um autêntico tiro no pé, como foi o grande apoio da Samsung na cerimónia dos Óscares em 2014, em que Ellen DeGeneres emprestou o “seu” Galaxy Note ao actor Bradley Cooper para tirar uma selfie com várias estrelas de Hollywood. A fotografia ficou bastante engraçada, mas a notícia não foi a selfie em si, mas sim o facto de ter sido publicada nas redes sociais pelo iPhone da Ellen DeGeneres, e não pelo Galaxy Note que tirou a fotografia. O mesmo pode ser dito de outras marcas, como a Huawei. A sua embaixador­a, a actriz Gal Gadot, publicou um tweet a falar sobre o seu novo Huawei Mate 10 Pro, mas feito pelo seu iPhone. Quero com isto terminar e pedir para os directores de marketing que avaliem quem é que convidam e se o target desses convidados correspond­e ao público-alvo dos produtos revelados. Não estou a ver crianças de com dez anos a comprarem smartphone­s de mil euros só porque o seu youtuber preferido foi a uma apresentaç­ão…

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