TESTES
Com o Surface Go, a Microsoft lançou o seu primeiro tablet de entrada de gama em anos. Será que vale a pena?
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Desde os tempos do Surface RT, em 2012, que a Microsoft não tinha um tablet de entrada de gama. Com o mercado dos tablets tomados de assalto por ofertas de baixo custo, tanto sem marca, como de fabricantes conhecidos, estava criado um problema para a Microsoft: a empresa não conseguia chegar ao segmento de mercado que que apenas quer comprar o mais barato.
DE REGRESSO AO LOW COST
O ano de 2018 marca o regresso da Microsoft ao segmento de marcado de entrada de gama com a chegada do Surface Go, um novo tablet com ecrã táctil de dez polegadas (1800 x 1200). Aqui, temos um processador Pentium Gold com dois núcleos a 1,6 GHz, que inclui um processador gráfico Intel HD 615. A memória RAM pode ser de 4 ou 8 GB e a armazenagem pode ter 64 ou 128 GB consoante o modelo. No que respeita a entradas, existe uma única USB Type-C, um leitor de cartões microSD para expandir a capacidade de armazenagem e uma entrada jack 3,5 mm para auscultadores. No campo das comunicações sem fios, o Surface Go pode aceder a redes Wi-Fi até ao protocolo 802,11ac e ligar-se a dispositivos através de Bluetooth. Este tablet inclui ainda o sistema Windows Hello que serve para autenticar o utilizador através de reconhecimento facial seguro através de infravermelhos. O corpo é metálico, como o de todos os outros Surface, e também há um ‘kickstand’ para que o GO possa ser utilizado quase na vertical. Na parte de baixo está a ligação para o teclado retroiluminado (um extra), que é fixo através de ímanes. Também pode adquirir separadamente a caneta Bluetooth (custa 114 euros) para poder desenhar e escrever em cima do ecrã. O sistema operativo de série é o Windows 10 S. No entanto, pode sempre fazer o upgrade para o Windows Home, de forma gratuita. Mas, afinal, o que falta ao Surface Go? Em primeiro lugar, uma entrada USB Type-A. Compreendo a presença de uma USB-C, mas a oferta de dispositivos USB-C ainda é algo diminuta, o que vai, de certeza, fazer com que tenha de comprar um adaptador. A outra coisa que lhe falta é um pouco mais de desenvoltura, mesmo na versão com 8 GB e 128 GB de espaço que nos foi enviada para teste. Não acredito que tenha directamente a ver com o hardware em si – é verdade que o processador não é, de todo, o mais poderoso do mercado, mas temos testado máquinas com processadores parecidos que funcionam melhor.
O WINDOWS ATRAPALHA
O problema quase de certeza prende-se com o Windows 10: apesar de estar muito mais leve que em versões anteriores, não deixa de exigir demais deste hardware. Por exemplo, se estiver a fazer download e instalação de aplicações a partir da loja, pouco ou nada pode fazer em simultâneo. Mas depois de tudo instalado, serve perfeitamente para trabalhar, ver filmes ou ouvir música. Isto sente-se tanto no Windows 10 S, como no Windows 10 Home, depois de fazer o ‘upgrade’. Pode dizer-se que o Surface Go é uma máquina muitíssimo bem construída, com uma qualidade comparável à dos modelos mais caros. Em termos de utilização, o Surface Go sofre dos mesmos problemas que outros tablets da Microsoft, ou seja: têm mesmo de ser usados em cima de uma mesa, se quiser escrever, por exemplo. Porque a combinação do kickstand com o teclado não é uma boa solução para usar o Surface Go no colo, torna-se desconfortável ao fim de algum (pouco) tempo. O teclado tem um toque confortável, mas, não sei se devido à falta de desenvoltura do sistema, se ao sistema de ligação entre o teclado e o tablet, por vezes há lag na escrita (principalmente quando se escreve depressa) ou faltam mesmo alguns caracteres. Já a caneta é outra história. Funciona melhor que o teclado e quase não há atraso entre o que fazemos e o que que aparece no ecrã.